sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Os Amantes - Arcano VI

Título Esotérico – Os Filhos da Voz; O Oráculo dos Deuses Poderosos (A mente dual sempre aberta a sugestões e indicações externas; A consulta ao coração – mestre ou guia interior – que reflete planos superiores de consciência que nos dirigem à evolução).

Analogia Astrológica – Gêmeos (O 3º signo), o signo que assinala o fim da primavera no Hemisfério Norte, quando enfim as flores já brotaram e os insetos e animais saem do casulo e do ventre, ou dos ovos. Uma vez livres eles começam a explorar e conectar-se com o mundo que os cerca. Por isso este é o signo da curiosidade, da comunicação e das relações interpessoais com o meio, bem como da multiplicidade de possibilidades que confundem, muitas vezes, a razão.

Analogia Numerológica – O 6 como a cifra da perfeição. O único número simples que ao ser desmembrado em suas partes é reunificado plenamente. Juntando sua sexta parte (1), mais sua terça parte (2), mais sua metade (3), o temos íntegro novamente! É o número do amor, da união e da família bem como da busca pelo entendimento e pela perfeição na existência. Seu símbolo esotérico é a estrela de seis pontas, também chamada de Selo de Salomão. Essa estrela é símbolo do povo judeu, que se manteve unido mesmo diante das maiores privações, e do próprio rei Salomão, conhecido por sua sabedoria ao tomar decisões!

O Arcano – Um homem jovem está cercado por duas mulheres, seu rosto está inclinado para a Mulher morena à sua direita, mas o seu corpo inclina-se para a mulher loura à sua esquerda. Ele usa uma túnica com listas verticais nas mesmas cores das roupas das mulheres, mas com o acréscimo do amarelo! O jovem é louro e sobre sua cabeça aparece um anjo bebê entre uma luz fulgurante que mira seu coração com uma flecha prestes a ser disparada! A mulher loura à sua esquerda aponta justo para o seu coração, enquanto a da direita aponta para o chão ou, segundo algumas interpretações, para seus genitais.

Significado – Este arcano é o que assinala a entrada no mundo adulto das escolhas e, portanto, da responsabilidade pessoal. A mulher à direita do rapaz parece estar apontando para o chão, o mundo concreto e racional dos fatos, mesmo para os que alegam que ela aponta para o seus genitais isso simboliza ainda o mundo pragmático dos instintos. A mulher da esquerda, por sua vez, parece estar atentando para os ditames do seu coração e as aspirações da alma! O rapaz por si só representa o impulso da vida que quer se manifestar, mas que para isso precisa escolher um caminho, uma forma de fazê-lo. E não adianta, tudo na vida são escolhas! Da roupa que usamos para sair de casa, à carreira, do cônjuge, ao partido político, do local de férias, ao local onde escolheremos passar o fim dos nossos dias. Fazemos escolhas o tempo todo. De fato a mulher à direita da figura central tem uma roupa vermelha com mangas azuis. Ou seja, há o predomínio do prático e do instintivo, em contrapartida com a predominância do azul (afetivo, espiritual e profundo), com detalhe em vermelho na roupa da mulher à sua esquerda. O aparecimento do amarelo na sua túnica, que combina as duas cores de suas parceiras, indica a necessidade do uso do discernimento intelectual tanto quanto da intuição profunda para tomar a decisão diante do impasse que se apresenta. As cores de sua túnica são as mesmas da luz radiante que envolve o ser angelical sobre sua cabeça! O que indica não só que sua inspiração vem do alto, de sua consciência superior, mas também que ele está perfeitamente sintonizado com ela. A posição do personagem central sugere que, até que seja resolvida a ambiguidade, haverá um envolvimento na duplicidade desta situação, por um curto ou longo período de tempo dependendo de cada situação. A figura alada envolta em luzes acima do trio é Eros o deus do amor, e do desejo. Ele era comumente representado como um bebê alado, que também era a forma dada aos querubins, a ordem angélica que na Cabala corresponde a sephira de Chokmah, ou Sabedoria. Aha! Podemos dizer assim. Fica claro então que a mescla de Eros com os anjos da sabedoria divina indicam que o verdadeiro saber vem do coração, que segundo algumas tradições, como a gnóstica no ocidente, é a morada da divindade em nós! Assim sendo dizer “Siga o seu coração” não é apenas um refrão poético, mas também uma verdade espiritual! Mesmo que seja um erro a escolha levará ao amadurecimento da consciência, moldando a personalidade, extraindo do indivíduo o máximo de si mesmo, tanto seus talentos quanto o conhecimento de suas limitações! Ou seja, nossas escolhas revelam quem somos e nos elevam ao nosso autoconhecimento. É importante então escolher aquilo que se ama. Daí este ser o arcano das escolhas de vida tanto quanto do amor e do romance.

Os Amantes no Osho Zen tarot.
Divinação – Decisão, ou impasse a ser decidido, uso do livre-arbítrio. Decidir tendo como base aquilo que se ama ou acredita. Capacidade de executar duas ou mais tarefas ao mesmo tempo, de desdobrar-se. Envolvimento, namoro, amor, romance, atração. Proposta de novas possibilidades ou caminhos. Convites. Associações e parcerias. Afinidades que nascem do coração. Consultar outras fontes em que se confia para decidir ou resolver algo. Tornar-se aberto a outras opiniões. Sociável, envolvente, simpático. Tornar-se acessível ao próximo. Negativamente é o arcano das indecisões ou da dúvida persistente de que tomou ou não a decisão certa! É o “Maria vai com as outras”, incapaz de decidir sozinho ou assumir posturas diante de situações críticas. Não assume sua opinião. O dependente, que tanto pode ser afetivo ou material mesmo! Aquele que não se garante sozinho. O vacilão! O tipo influenciável, ou estar sofrendo influências que o resto do jogo dirá se são ou não desejáveis ou benéficas! Esta é a carta das triangulações amorosas, tanto proibidas (infidelidade) quanto consensuais. Todo o tipo de indefinição e pendência está sob sua égide, inclusive as de cunho político, legal e até mesmo sexual, como no caso da bissexualidade.

Personagem do Cinema – Sofia Zawistowski (interpretada por Meryl Streep), no filme A Escolha de Sofia de 1982. Ela é uma mãe polonesa presa num campo de concentração por tentar contrabandear presunto para sua mãe moribunda. É forçada por um soldado nazista a escolher um dos seus filhos para morrer na câmara de gás, o menino Jen ou a menina Eva. Caso se recusasse a escolher os dois seriam executados. Ela escolhe o menino por ser mais forte, mas nunca mais o vê. Muda-se para o Brooklyn decidida a esquecer de tudo o que passou. Um jovem aspirante a escritor Stingo (interpretado por Peter MacNicol) chega à Nova York em 1947 e conhece sua vizinha Sofia e seu parceiro Nathan (interpretado por Kevin Kline), com quem ela vive uma relação de céu e inferno, mas sem nunca comentar com ele nada do que viveu nos campos de Auschwitz. O rapaz se envolve com o casal sem ter nenhuma noção da instabilidade do homem e dos segredos da mulher. Com o tempo ambos começam a se sentir atraídos um pelo outro e mais uma vez Sofia deve escolher, e desta vez entre o amor do atual companheiro e a atração pelo jovem recém-chegado. Ela se divide entre acreditar que Nathan e sua esquizofrenia e uso frequente de drogas serão “curados” um dia, e enfrentar a realidade de um jovem que está longe de ser um conto de fadas. Romance, decisões difíceis e dubiedades constantes são temas centrais de Os Amantes, que são focados de modo intenso e brilhante neste filme.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Carro - Arcano VII

Título esotérico – A Filha dos Poderes da Água; O Senhor do Triunfo da Luz (Os poderes da psique que avançam em direção à luz; o caminho do guerreiro interior na construção de sua lenda pessoal).

Analogia Astrológica – Câncer (O 4º signo), rege no Hemisfério Norte o auge do verão onde os dias são mais longos e o sol vitaliza as frutas. Os frutos da terra precisam assim ser cuidados para que possam amadurecer bem. É o signo do fluxo e refluxo das marés, do começo e do fim da vida, que tem uma natureza introspectiva e profunda que se opõe ao seu desejo de se envolver com o mundo exterior e conhecer pessoas. Quer ser popular, pois precisa de atenção.

Analogia Numerológica – O 7 é um número que une as adversidades e as naturezas aparentemente contraditórias da existência elevando-as à sua expressão máxima: O 1 individual com o 6 social, o 2 convergente com o 5 divergente, o 3 expansivo-criativo com o 4 contido-realizador. É o número do aperfeiçoamento, da execução precisa, da busca por sentido, propósito e direção para a existência. Possui em si as qualidades necessárias para romper com as limitações que o estreitamento de visão cria com o passar do tempo e com o acúmulo dos condicionamentos culturais!

O Arcano – Um jovem homem coroado, e trajando o que parece ser uma armadura peitoral com dragonas e em forma de meia lua, viaja numa biga (carro de guerra com duas rodas que é puxado por dois cavalos) cujos animais se dirigem para direções opostas, mas olham no mesmo sentido que seu condutor. As duas bestas parecem estranhamente fundidas ao veículo que elas conduzem. Na mão direita o rapaz segura um cetro e a mão esquerda está à altura da cintura. A biga possui quatro pilares nas cores vermelho e azul, as mesmas cores dos cavalos, e está coberta por um véu. As duas rodas da pequena carruagem se salientam na imagem, e no centro desta há duas letras bem visíveis, SM. O jovem olha para seu lado direito e a carruagem parece seguir nesta direção. Chama a atenção também que o chão, aparentemente árido, está repleto de brotos de capim verdejante.

Significado – O jovem homem coroado representa a disposição diante das demandas da vida. Ele está vestindo uma armadura com dragonas (ancestrais das insígnias militares), o que significa que ele é também um soldado. Com seu espírito combativo ele está disposto ao que for preciso para atingir suas metas de crescimento e conquista. Ele traz em si a ideia de ser um príncipe em busca do seu próprio reinado (ou principado), um lugar onde ele seja o Senhor, ou seja, seu lugar no mundo. O que só se dará efetivamente no arcano XXI, O Mundo! Os cavalos simbolizam a sua força física, que o impulsiona vigorosamente para diante (daí estarem fundidos ao veículo), tanto quanto as adversidades que a vida impõe ao guerreiro interior. Cavalos são a representação mais comum das forças indômitas da vida! O fato de olharem na mesma direção do condutor assinala tanto seu total controle sobre a situação, quanto por sobre suas capacidades e potenciais intrínsecos. A biga era uma pequena carruagem usada por romanos nos campos de batalha, equivaleria à motocicleta nos dias atuais. Era também usada para viagens curtas. O que reforça tanto a ideia de combate quanto de rapidez rumo aos objetivos. O fato de ele transparecer ser um militar diz que o pensamento organizado e estratégico ao estabelecer suas metas é uma constante na vida deste cavaleiro. Ele é o pai, ou o irmão mais velho, dos cavaleiros dos naipes que se seguem nos arcanos menores! Por ser jovem e ser a primeira imagem de movimento das sete primeiras cartas do tarot, este arcano é o arauto dos novos começos e do avanço confiante em direção dos propósitos interiores, e diante dos impedimentos e das adversidades que se interpõe pelos caminhos da vida. Simbolismo reforçado pelas cores azul e vermelho que por si só já representam todos os antagonismos: feminino x masculino, material x espiritual, emoção x lógica, e assim por diante respectivamente! Os tufos verdejantes de capim na sua trilha ressaltam um vigor renovado e de espírito triunfante que dele emana. Foi o tarólogo alemão Hajo Banzhaf quem alertou para o fato de o jovem carregar os emblemas das seis cartas que o antecedem. Ele segura um cetro que mais se parece com o bastão mágico do arcano de O Mago, o véu que cobre sua carruagem como um dossel seria na verdade o véu de templo de A Sacerdotisa. As dragonas são as primeiras representações militares dos exércitos e dos seus respectivos reinos, e como a realeza era uma linha passada matrilinearmente, as dragonas são as representações do poder de A Imperatriz. A mão segurando o cinto nos faz lembrar o comando do arcano de O Imperador. O olhar condutor do cavaleiro nos remete ao mesmo olhar que o arcano de O Hierofante dirige aos seus discípulos. Por fim do arcano anterior, Os Amantes, ele herda a ambiguidade de direcionamento que dilacera, mas que aqui no sétimo arcano, é totalmente controlado e superado.  Isso tudo indica que já houve uma vitória e amadurecimento sobre eventos passados, mas que agora o guerreiro da alma, maduro e consciente de seus dons e talentos, está mirando alvos mais elevados. O que revela tanto sua ambição quanto seu desenvolvido senso de propósito interno. O mesmo Hajo sugere que a sigla SM seja de Mago Samaritano, muito embora não explique o real sentido disto!

O Carro no Osho Zen tarot.
Divinação – Novos começos, avanço, progresso, promoções ou nomeações. Sucesso numa determinada etapa do desenvolvimento numa área específica de atuação. Realização de conquistas, mas que visiona outras ainda maiores no porvir!  Algo como “vencer uma batalha, mas ainda ter de vencer a guerra”! Vontade firmemente dirigida a um objetivo específico, ambição, planejamento, estratégia. O Guerreiro Interior, o que nos impulsiona a levantar todos os dias e enfrentar os problemas. Estabelecimento de metas a serem cumpridas ao longo de um curto período de tempo que pode ser de um mês a um ano! Rapidez, agilidade na execução de tarefas, mobilidade, viagens curtas. Capacidade de lidar com adversidades sem esmorecer, resiliência, determinação aguerrida. Novo ponto de partida na história pessoal, como quando dizemos “a partir de hoje vai ser assim:” e nos voltamos para a execução dessa determinação em nossa vida. Ao contrário da carta de O Enforcado, não o fazemos após um período de sofrimento que nos fez refletir, nem como em O Julgamento quando um chamado interior nos abre os olhos e revisamos nossas vidas com profundidade, no sentido de compreender as razões últimas de todos os eventos que vivemos até aquele momento! Ao contrário! As determinações do arcano de O Carro são totalmente arbitrárias, baseadas em escolhas que foram feitas no arcano anterior, Os Amantes, e que serão postas à prova nos outros dois arcanos a pouco citados! Negativamente é o espírito beligerante, que vê em tudo a possibilidade de obstáculos ao seu progresso e investe agressivamente. Perda do controle pessoal, atividade incessante que leva à exaustão!


Personagem do Cinema - Eric Liddell (interpretado por Ian Charleson) do Filme Carruagens de Fogo de 1981, que conta a história real deste atleta e da sua preparação juntamente com Harold Abrahams (que é interpretado por Ben Cross). Eles pretendem disputar as Olimpíadas de 1924 em Paris, mas seguem caminhos bem diferentes. Liddell é um missionário escocês que corre em devoção a Deus.  Já Abrahams é filho de um judeu que enriqueceu recentemente e deseja provar sua capacidade e valor para a sociedade de Cambridge. Liddell corre usando seu talento natural, enquanto que Abrahams resolve contratar um treinador. Ambos seguem as eliminatórias sem problemas, até que uma das classificatórias de Liddell é marcada para domingo. Ele se recusa a competir, por ser este um dia santo. Percebendo a situação, um nobre oferece a Liddell sua vaga na disputa dos 400 metros. Ele aceita e vence a corrida, assim como Abrahams. A partir de então, os dois integram a equipe do Reino Unido para as Olimpíadas. A competitividade, determinação e ambição de ambos e o respeito às suas trajetórias e escolhas pessoais, temas típicos de O Carro, ilustram bem a personalidade e as vivências regidas por este arcano!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Justiça - Arcano VIII


Título Esotérico – A Filha dos Senhores da Verdade; O Controlador da Balança (As muitas faces da verdade que cabe a cada um de nós reconhecer em nível particular e depois ajustá-las a nível global para o equilíbrio da vida).

Analogia Astrológica - Libra (O 7º signo) é o único dentre os doze signos zodiacais que não possui nenhuma representação animal ou humana. Isso simboliza a sua busca pela imparcialidade de julgamento para que assim, o signo que rege a busca pela verdade e pelo equilíbrio, não seja perturbado pela interferência dos instintos inferiores e dos atos impensados. Libra rege tanto os diálogos apaziguadores quanto as confrontações abertas.

Analogia Numerológica – O 8 como o número da força que equaliza o ritmo e as forças do universo! Sua forma lembra dois círculos apoiados um sobre o outro. O que demandaria um esforço firme, contínuo, porém delicado! Por isso rege a disciplina, o senso de responsabilidade, realismo, busca pela verdade e justiça. Junto com o 7 e o 9 está entre as vibrações mais altas da numerologia. Saído do perfeccionismo estreito do 7 ele olha com mais acuidade e sobriedade, o que o possibilita fazer ajustes nos exageros cometidos pelos números anteriores. Daí sua semelhança com saturno, o limitador-retificador.

O Arcano – Uma mulher de postura ereta está segurando uma espada desembainhada na mão direita e uma balança na mão esquerda, esta se encontra à altura do coração. Ela usa um manto azul, e veste sob ele uma longa toga vermelha. Está sentada no que parece ser um trono. Não se pode ver os seus pés nem os detalhes do assento. A figura olha diretamente para o espectador como se o estivesse inquirindo!

Significado – A espada é um antigo símbolo de encontro e da defesa da verdade e da justiça. A mulher a segura com a mão direita, simbolizando a vontade firme e bem dirigida. A balança na mão esquerda e à altura do coração aponta sua capacidade de manter as emoções e os instintos sob controle, para que se mantenha uma visão distanciada das questões a que se propõe avaliar. O trono está representando sua disposição diante desse encontro com a verdade e de que o senso de justiça é soberano neste arcano. O ato de estar sentada e usando um manto predominantemente azul indica que sua ação é mais interior e intelectual A toga vermelha que usa por baixo, mais a presença da espada indicam, por outro lado, o quanto ela está disposta a pegar em armas e ir a luta para defender a sua verdade! O fato de seus pés estarem ocultos reforça sua desconexão com os instintos. O seu olhar inquiridor enfatiza de que não há mais como nem por que fugir dos fatos e das evidências. Há de se encará-los e confrontá-los visando o equilíbrio de uma situação ou o encontro com a verdade! Aponta também sua firme determinação em encarar a realidade como ela se apresenta. Ao contrário do arcano VI, Os Amantes, o arcano de A Justiça fala-nos das decisões tomadas a partir da razão, sem quaisquer ponderações afetivas ou de qualquer outro tipo de subjetivação.

A Justiça no Osho Zen tarot.
Divinação – Equilíbrio, verdade, lógica, justiça, lei, ordem, disciplina, persistência, rigor. Normalidade, regularidade, estabilidade, razão. Ver as duas faces de uma situação antes de emitir um julgamento, imparcialidade. Capacidade julgadora e de discernimento sobre o certo e o errado, o ético e o não ético. Crítica e autocrítica. Encontrar e defender a sua verdade, como quando assumimos abertamente nossas opiniões, preferências, desejos, necessidades ou nossa posição política e social; ou quando defendemos abertamente os direitos políticos de minorias, ou o fato de sermos de uma minoria e reivindicamos nossos direitos! Temas ligados à justiça, processos, litígios de toda a espécie etc. Este arcano denota uma necessidade de retificação de posturas, ações, negócios, contas (Como em auditorias financeiras), relacionamentos... É a capacidade e ou a necessidade de se colocar limites tanto para si quanto para os outros! Dizer não reconhecendo os excessos nossos e alheios, como quando impomos limites a um filho(a) mimado ou a um parceiro(a) não participativo, abusivo ou controlador; ou quando decidimos deixar de procrastinar decisões e atitudes transformadoras! Por isso também simboliza a conversa confrontadora do tipo colocar os pingos nos “is”. Negativamente é a aridez afetiva, a incapacidade de sintonia e conexão afetiva ou de expressão livre das emoções. Dureza interior, rigidez. Abordar questões específicas com verdades genéricas que não se aplicam! O tipo que não dá o braço a torcer. Divórcio, injustiças, julgamentos duros, preconceituosos e ou precipitados sobre alguém ou alguma situação. A burocracia dos processos legais e judiciais.


Personagem do Cinema – Ann Talbot, interpretada brilhantemente por Jessica Lange no Filme Muito Mais que um Crime (Music Box em inglês) de 1989. Ann é uma bem sucedida e conceituada advogada que é surpreendida quando seu pai Mike Laszlo (muito bem interpretado por Armin Mueller-Stahl) é acusado de crimes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial como participante do grupo fascista húngaro Cruz Seta, que colaborava com os nazistas perseguindo e massacrando, de formas abomináveis, as minorias odiadas por Hitler e seus seguidores. Para evitar sua deportação Ann começa a trabalhar para provar sua inocência. Apesar de surpreendente para ela, fica claro que tem condições de ganhar o caso dada a falta de provas! Entretanto o julgamento acurado da brilhante advogada a deixa intrigada com a veemência com que as vítimas acusam seu pai dos crimes dos quais ele é suspeito! Inicia por conta própria uma investigação que a leva à Hungria e às revelações mais surpreendentes de sua vida, onde todo seu senso de justiça pessoal, ética humana e profissional será posta à prova! O filme está permeado pelos temas do arcano de A Justiça, como imparcialidade, verdade, justiça, lei, ética e rigor!