BARALHOS

Aqui alguns baralhos que me inspiram para muito além da apreciação estética! Acredito e concordo em muitas das colocações feitas por seus autores sobre o simbolismo do tarot nos baralhos que criaram. Por outro lado concordo também que suas visões se afastam perigosamente do tarot tradicional, o que é sempre um risco para sua coesão simbólica. Motivo pelo qual estimulo os iniciantes na tarologia a aprofundarem seus conhecimentos no simbolismo clássico dos arcanos, proposto nos baralhos medievais e renascentistas, antes de incursionarem nas versões contemporâneas das cartas.

Osho Zen Tarot
De: Ma Deva Padma
Editora: Martin Press




Adoro suas lindas imagens e considero os arcanos menores especialmente inspiradores e belos! Eu o utilizo em minhas consultas desde 2003. Este é um dos baralhos que mais se afastam da tradição. Deva Padma renomeou os arcanos maiores poupando apenas O Bobo e Os Amantes. O papel é de ótima qualidade, e de modo geral concordo com sua visão dos arcanos, que mesclam o simbolismo do tarot ao conhecimento do Zen budismo dentro dos ensinamentos de Osho. Inclusive possui uma carta a mais em homenagem a ele (que eu não utilizo nas leituras) intitulada The Master. O livro tem uma versão em português editada pela Cultrix, mas devo avisar que é pouco esclarecedora para leigos. No verso das cartas há um desenho de autoria do próprio Osho.
Saiba mais sobre o Osho Zen Tarot no link: Tarot Zen

Motherpeace Tarot
De: Vicki Noble e Karen Vogel
Baralho: U.S. Games Systems

Outro baralho revolucionário e longe da tradição, mas que eu adoro! A diferença começa no próprio formato das cartas que são redondas. Já o usei em consultas e atualmente o utilizo nas dinâmicas de grupo (Roda de Tarot). Toda a obra evoca a cultura xamânica e tribal focada no coletivo. O livro original é um tanto carregado de ressentimento contra o patriarcado. Noble quase não vê qualidades nos arcanos masculinos (pobre Imperador!). O que o torna muito tendencioso, é claro! As relações mitológicas e arqueológicas dos arcanos é que são o grande achado desta obra, e o baralho é leve. O livro tem uma versão em português com o título Mãe Paz, da editora Nova Era, mas as cartas não vêm junto.
Saiba mais sobre o Motherpeace tarot no link: Mãe Paz

Thoth Tarot
De: Aleister Crowley e Frieda Harris
Baralho: U.S. Games Systems



Tão famoso quanto belo o Thoth Tarot de Aleister Crowley é um lindo baralho composto por mais de 1200 símbolos de cinco culturas diferentes (egípcia, grega, tibetana, chinesa e indiana), muito influenciado pelo paganismo europeu e a magia sexual. Suas imagens causam forte impacto, e de fato o baralho é pesado à primeira vista. Vem com três magos e possui em seu verso a cruz mística da roda do ano. Não concordo com algumas de suas visões sobre os arcanos, mas já trabalhei com ele por muito tempo! Possui uma versão pocket para quem tem mãos pequenas e para mulheres. O papel é de excelente qualidade! O livro do baralho possui uma versão em português editada pela Madras.
Saiba mais sobre o Thoth tarot no link: Tarot Crowley

Voyager Tarot
De: James Wanless
Editora: Merril West


O baralho é lindo! As cartas são fotomontagens belíssimas que reúnem cenas de paisagens terrenas, aéreas e espaciais além de muitos artefatos arqueológicos! De todos os autores é o que menos dirigiu suas interpretações a determinadas culturas, doutrinas ou filosofias ocultas. James Wanless afirma que era justamente esta a intenção, a de criar um oráculo o mais universal possível. Algumas de suas visões sobre os arcanos, porém, são incompreensíveis para mim! O 4 de ouros, geralmente associado à segurança e estabilidade, ele renomina como Novos começos... Outra desvantagem é que o baralho é grande demais e muito pesado, o que o torna difícil de manusear. No verso há o que parece uma linda mandala dourada, mas na verdade é a foto do DNA humano com um corte transversal.
Conheça todas as cartas do Voyager tarot no link: Voyager

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