segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

O Tarot e os Relacionamentos na Atualidade

 Os Relacionamentos 

Mudaram...

O 3 de copas, do Thoth Tarot, de Aleister Crowley.

Os relacionamentos mudaram, e de forma geral para melhor! Um cliente de muitos anos veio consultar o Tarot e parecia estar fazendo muitas novas conexões, afetivas e profissionais (4 de paus), de forma leve e fluída (3 de copas), mas ele não tinha certeza se isso era bem o que ele queria (Rainha de copas)! Muito focado na sua vida amorosa, muitos naipes de copas na mesa, ele parece ter esquecido de sua vida profissional, que sempre foi muito importante para ele. E a carta da Rainha de espadas veio alertar para que ele fizesse o que era bom para si mesmo e mantivesse o equilíbrio entre esses dois mundos! Ou seja, o meu cliente é o típico macho provedor, ele aprendeu a ter uma família ou relacionamento e a cuidar dele. O que ele está estranhando é que as mulheres com as quais tem saído não precisam dele, e que via de regra não querem casar nem serem cuidadas! E ele simplesmente não sabe se relacionar assim, com tanta autonomia e tão pouco apreço pela dedicação do outro... Esteve num casamento onde a parceira confessou, e isso apareceu numa leitura de Tarot na ocasião, que não se sentia à altura de tudo o que ele oferecia e se empenhava... Pois é, cuidado demais rouba iniciativas, sufoca, e esta é uma dura lição que os antigos moldes de relacionamento nos deixaram, e com a qual meu cliente está sendo desafiado a lidar!

Relações Tóxicas...

A Rainha de copas, do The Light Seer’s Tarot.

Uma cliente vem para uma consulta ao Tarot e tem na primeira posição do seu layout o 4 de ouros, e esse Arcano me fez sentir que ela precisava cuidar do que era seu, e do seu espaço de atuação... Ou seja, precisava delimitar seu campo de atuação e de interesses neste mundo! Entretanto, o Arcano seguinte, que representava seu guia Interior neste momento, era a Rainha de copas. Nessa posição senti que tudo estava muito difuso dentro dela, não estava claro o que ela queria e nem para onde estava indo... Na sequência o 7 de copas confirmou essa confusão e falta de direcionamento. Ao total ela tinha quatro cartas do naipe de copas (sentimentos/afetividade), e quatro do naipe de ouros (trabalho/carreira) mostrando claramente um conflito entre seu lado afetivo e seu lado material/profissional. Então ela começou a dizer que todo o problema era a instabilidade do seu parceiro, que periodicamente precisava ficar consigo mesmo em momentos críticos da relação, se afastando dela, o que a angustiava muito e a deixava sem foco. 

Ela estava ansiosa para saber se a relação tinha futuro, se os planos que eles tinham criado juntos iriam de fato acontecer, e saber afinal dos sentimentos do seu parceiro... Pois bem, o Tarot mostrou que ele estava sim alinhado com ela neste relacionamento e nos propósitos definidos, porém tinha um claro bloqueio na comunicação afetiva (Rei de espadas marcando ele). Esses retiros eram uma forma de proteção a ela e ao relacionamento para não usar palavras densas em momentos de nervosismo (4 de espadas representando sua postura na relação)Por outro lado, ela havia colocado ele no centro do seu mundo, e de tal forma que não conseguia definir os próprios caminhos profissionais, mesmo já passando dos trinta anos de idade! Mulheres que "amam demais" acabam volta e meia assumindo o papel de vítimas de homens que não sabem expressar sua afetividade. Não há nem equilíbrio e muito menos amor verdadeiro em colocar o outro no centro das suas expectativas, e querer que ele haja como você espera para que a relação "funcione". Isso é dependência afetiva carregada de manipulação emocional, do tipo "olha como eu sofro por você"! 

O 7 de copas, do Before Tarot.

**Metades de laranjas nunca se encontram, pois não têm como rolar uma até a outra. Somente vidas inteiras são capazes de se mover ao encontro uma da outra, e aprender e crescer juntas. Ele tem de ir além do conter suas emoções pesadas, mas também aos poucos aprender a expô-las e a discuti-las. Da mesma forma que ela precisa aprender a viver os outros aspectos da vida com tanto cuidado e atenção quanto a que dispensa à sua vida afetiva, e resolver suas carências terapeuticamente, e não querer que uma pessoa específica faça isso. Pois este é um grande fardo que inviabiliza relacionamentos saudáveis! Relações tóxicas tem detonadores em ambos os lados, simples assim... Indiquei Florais e constelação sistêmica, e pedi que retornasse em até sessenta dias.

*Durante a sessão tomei conhecimento dos mapas astrais de ambos, e eles tinham fortes características aquáticas em seus horóscopos. Ele com ênfase no signo de Escorpião (emocional introvertido) e ela em Peixes (emocional extrovertido)...

** Sobre um ditado popular brasileiro que se refere a encontrar sua cara metade, a alma gêmea, ou o par amoroso ideal, que seria sua "outra metade da laranja".


sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O Tarot e as Previsões Para o País e o Mundo

A Roda da Fortuna X - Título esotérico:
O Senhor das Forças da Vida.

Um aluno veio me perguntar o motivo de suas previsões para as eleições não terem dado certo! Ele parecia muito vaidoso de suas leituras, muito precisas, para amigos e amigos de amigos. A vaidade, e seu claro tendencionismo partidário o levaram a tentar um salto mais "ousado" por assim dizer. Muitas pessoas experimentadas erraram também, umas dizendo, inclusive, que tudo se resolveria no primeiro turno, à direita ou à esquerda. Claro que teve os que acertaram, mas em caso de votação todos têm 50% de chances de acertar. Ao meu aluno disse, o que já tinha dito antes, porque digo a todos: o Tarot é um Oráculo para introvisões do inconsciente individual através dos símbolos do inconsciente coletivo. Sua eficiência se dá na interação direta entre duas pessoas que se conectam com seu simbolismo, mesmo que estejam a milhares de quilômetros de distância um do outro. Basta o desejo de interação consciente para que a Magia do Tarot aconteça. Quando não existe uma conexão direta entre duas consciências todo processo fica instável. Tudo pode acontecer!

Por que a Astrologia e a Numerologia, por exemplo, podem e costumam se sair melhor nesses casos? Porque os planetas no céu, e os números que regem os ciclos de um ano, influenciam a todos no planeta. Estamos todos sofrendo a influência do número 6 - cifra que rege 2022 - como estamos todos neste momento sob a influência de Plutão em Capricórnio, Urano em Touro, Júpiter em Áries e assim por diante. Esses símbolos nos influenciam e também aos eventos planetários, e nos conectam a eles. Ainda assim muitos Astrólogos e Numerólogos foram cautelosos, pois haviam muitas variantes em jogo que não se relacionavam nem à Astrologia e nem à Numerologia. Todos os sistemas oraculares possuem limitações e grandes vantagens. O Tarot pode definir eventos e estados psico emocionais com uma precisão que a Astrologia ou a Numerologia não conseguem, mas estas duas podem apontar melhor as conexões do indivíduo com o todo, e como isso o afeta particularmente. Conhecer os poderes e os limites de cada linguagem simbólica é, além de honesto consigo mesmo e os outros, o caminho mais seguro para se tornar realmente eficiente no caminho que se decidiu devotar seus estudos e seu desenvolvimento pessoal.

Leia também: Tarot, Astrologia e a Pandemia...


sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Em Defesa do Imperador

Conversando um amigo sobre o arcano de O Imperador ele me contou que ao falar com alguns pacientes sobre o tarot, eles comentaram sobre esta carta sendo algo negativo, pelo que evoca: ordem, estrutura, patriarcado, limites...

O Imperador, o emblema da liderança,
da ordem, do pensamento estratégico, 
do empreendedorismo e da realização
em todos os sentidos!

Ao que reagi espantado, e disse que achava interessante por ordem e estrutura serem tidos como características negativas, sendo que não se realiza NADA sem essas duas qualidades! E quanto a demonização do patriarcado, nada de novo, é a moda na cultura pop atual. O que tudo mundo ignora, intencionalmente pelo visto, é que o homem branco e heterossexual foi também o que criou tudo! Todos os inventos, todas as filosofias, ideologias, todas teorias psicológicas, tecnologias, e todas as ciências existentes que revolucionaram nossa vida no planeta. Inclusive todas as teorias de igualdade dos gêneros, etnias e orientações! Mas basta olhar para tudo o que as mulheres não foram e não fizeram, por questões culturais arcaicas, que os próprios homens despertos também ajudaram a derrubar, que TODOS os homens viraram vilões!

Não acho que os homens de modo geral tenham culpa, mas sim responsabilidade, pois tudo isso foi feito apenas respondendo a antigas estruturas sociais como foram se apresentando, o mundo era assim como nos ensina o pai do pensamento sistêmico Bert Hellinger, o que não significa que deva ser replicado, mas sim transformado. O mesmo machismo que deixou as mulheres de lado em suas expressões foi também o mesmo que as protegeu em guerras, crises e catástrofes, quando milhões de homens morreram para priorizar a vida de mulheres e crianças. E também hoje as qualidades masculinas antes citadas estão sendo demonizadas, e o que vemos é uma geração de pessoas sem limites, propósitos e estrutura interior relativizando tudo, erotizando as relações e escapando da realidade pela drogadição, e tudo em nome da liberdade sem limites... Acho que sob nenhum prisma isso é melhor do que o que tínhamos antes! É só a outra face da mesma moeda. E o papel daqueles que trabalham com a essência humana é, e sempre foi, o de dar espaço ao despertar interior sem nenhum tipo de culpabilização de quem quer que seja.

Na relação Tarot/Astrologia o Imperador
representa o Self, a porção íntegra da Psique.

A humanidade já viu muito disso. Na Idade Média os judeus foram tidos como os culpados pela peste negra, e depois pela ruína econômica alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Os artistas e livre pensadores foram taxados de disseminadores do comunismo na primeira metade do século XX nos Estados Unidos, durante o macartismo, período que ficou conhecido como a caça ás bruxas. Nos anos 80 os gays foram culpados pelo surgimento da AIDS no mundo todo! E agora a culpa de tudo é dos homens, e assim a responsabilidade pelo único tempo que se tem para mudar a realidade, o AGORA, não é assumida por ninguém. Há muita validação pelo vitimismo e pouca autorresponsabilidade pela própria história. E há muita dissolução da própria identidade na história global. O Imperador é o emblema do Self, a Psique íntegra e no comando de si mesma... E o mundo NUNCA precisou tanto disso quanto hoje!


quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Tarot & Cia - Combinando o Tarot com Outros Oráculos

Não há dúvidas de que o tarot é um sistema oracular completo. Para falar a verdade tem o maior corpo simbólico de todos os sistemas oraculares, são 78 símbolos. No I Ching, por exemplo, são 64 hexagramas, na astrologia são 12 signos, 12 casas, 10 planetas, com o complemento de estrelas fixas e alguns aspectos bem abstratos, como a cabeça e a cauda do dragão, e a roda da fortuna. Se juntarmos isso tudo, dá algo em torno de 40 símbolos astrológicos! Vendo sob esse prisma parece um absurdo que algumas pessoas usem outros sistemas como meios complementares à leitura de tarot.

Arcano de O Mundo, Título Esotérico – A Grande Unidade da Noite do Tempo (A grande comunhão cósmica entre todos os aspectos da vida como a origem e o fim de jornada existencial).

Ao longo dos meus 22 anos de prática e estudo como tarot (desde 1988)*, eu tenho evitado sair muito da leitura tarológica propriamente dita, mas hoje, depois de muito contato e troca com profissionais de diversas áreas do holismo, considero quase impossível haver um único tarólogo que não se utilize, ou que já não tenha se utilizado, de algum outro estudo ou prática oracular em parceria com o tarot. Isso pode ter muitas explicações, a mais provável é que as pessoas que se utilizem desse recurso tenham tido uma primeira iniciação mais sólida na técnica que passou a ser complementar. Uma pessoa pode ter estudado por anos a astrologia ou a numerologia, por exemplo, antes de conhecer o tarot. Assim sendo olhar os arcanos pelo viés astrológico ou numerológico facilita em muito o entendimento da leitura.

Outra boa explicação para esse recurso é de que se faz necessário muitas vezes durante uma leitura, dar uma olhadinha nas tendências da personalidade para avaliar e apoiar uma revelação feita pelos arcanos. As leituras de tarot podem refletir muito bem o momento presente e o modo como as coisas estão. Sistemas como a astrologia e a numerologia revelam mais precisamente os traços de personalidade com seus pontos fracos e fortes. Essas informações ajudam a revelar de que modo alguém pode reagir a um determinado evento que surge num prognóstico das cartas – caso haja um enfoque em previsões sobre o futuro – ou para analisar de que modo os principais desafios mostrados numa leitura interagem com os pontos de conflito dos mapas astral e numerológico.

Existem, é claro, outras interações além das feitas com os números e os astros, algumas bem estranhas e outras invertem totalmente a demanda e fazem do tarot um complemento. Passemos à lista:

Numerologia

Numerologia, a arte e ciência dos números em sua aplicação mística e psicológica!

É, sem sombra de dúvida, a mais usada dentre todas as técnicas. Quem já não calculou a data de nascimento de alguém para conhecer o seu arcano da alma e o arcano da personalidade? Esse cálculo foi criado por Angeles Arrien, e é abordado com mais detalhes no livro The Tarot Handbook, de 1987. Acabou virando de domínio universal. Arrien diz que os arcanos de 1 a 9 representam a proposta da alma, uma ideia ou qualidade arquetípica que a alma vem desenvolvendo há muitas vidas no propósito de sua evolução. Os números duplos, de 10 a 22 – nesse caso O Louco, que vem a ser o vigésimo segundo arcano, conta como número 22 para efeitos de cálculo – representam os traços marcantes da personalidade na presente encarnação e as qualidades arquetípicas que se manifestam nesta vida. De execução bem simples basta apenas que se tenha lápis e papel à mão. Com o conhecimento desses números-arcanos pode-se ter uma ideia dos traços gerais da personalidade. Há ainda o cálculo do ano de crescimento, que se utiliza do dia e mês de nascimento mais o ano do último aniversário. Com o conhecimento do arcano regente do ano, de um aniversário a outro de uma pessoa, podemos avaliar as tendências gerais da proposta para o seu crescimento interior. A leitura posterior esmiuçará os detalhes dessas tendências.

Astrologia

Assim como a numerologia é um recurso para detalhar os traços da personalidade humana, mas com um Plus; com os dados para mapa – dia, mês, ano, hora e local de nascimento - é possível precisar o movimento dos planetas no céu no exato momento da consulta, revelando assim as influências que cada um está sofrendo dos planetas em órbita sobre o seu mapa natal. Essa análise permite também a realização da revolução solar, que é o mapa para o período de um ano, de um aniversário a outro, que juntamente com os trânsitos planetários pode auxiliar imensamente tanto na elaboração de prognósticos muito precisos, quanto na orientação das posturas internas diante dos acontecimentos. O único problema é que é preciso ter sempre à mão um programa de astrologia confiável e um terminal de computador para realizar os cálculos, bem mais complexos que os da numerologia.

I Ching

I Ching, conhecido também como o livro das mutações, aborda com profundidade e visão estratégica as ações rumo a uma percepção superior da vida.

O livro das mutações tem como principal característica a capacidade de responder de um modo muito profundo, específico e filosófico uma pergunta que lhe é dirigida. Nem é preciso dizer então qual seria a sua aplicação numa leitura de tarot! Os hexagramas do I Ching podem orientar quanto à postura a se tomar diante de uma questão e prevenir as implicações de não se seguir a ação correta. Desse modo lança uma visão estratégica sobe as ações propostas pelo tarot. O problema desse método é que mesmo que se tenha muita prática no manuseio do I Ching a consulta pode ficar longa demais!

Radiestesia

Eis uma das parcerias mais inusitadas. Apresentada por Mary K. Greer em seu livro Tarot For Yourself, de 1984. A ideia básica é a de se utilizar o pêndulo quando surgir uma dúvida na interpretação de uma carta. Esse recurso seria o “substituto” daquele em que se vai retirando cartas complementares ao jogo para esclarecer uma questão, como sugere, por exemplo, Veet Pramad em livro Curso de Tarot. Nesse caso deixa-se o pêndulo do lado, e assim que surgir qualquer dúvida sobre como interpretar um arcano num determinado ponto do jogo basta pegá-lo e colocar sobre a carta em questão e a partir daí fazer todas as perguntas necessárias para que a dúvida se dissipe. É um método simples, mas que requer uma certa intimidade com a radiestesia.

Radiestesia, a captação das energias sutis de objetos pela via dos pontos energéticos do corpo e também da consciência.

Dos quatro métodos citados acima eu me utilizo apenas do cálculo dos arcanos, e geralmente depois das leituras preliminares. Desse modo obtenho uma síntese de tudo o que foi dito ao longo da consulta. Mostra de um modo bem interessante que toda a leitura correu na direção certa, e revela outras direções que possam ter sido ignoradas.

Quando o Tarot Vira Companhia

Uma aluna que antes de se interessar por tarot já realizava com sucesso leituras com o baralho Lenormand, desenvolveu um sistema de leitura onde o tarot participa sem ser propriamente manuseado na mesa! O baralho Lenormand possui uma numeração de 1 a 36. A minha referida aluna interpreta grupos de cinco montes com sete cartas cada, em volta da carta que significa o cliente (a figura do homem ou da mulher). Por esse método cada monte representa um aspecto da vida prática, como finanças, relacionamentos, etc. Ao finalizar a leitura ela soma os números das cartas em cada grupo até obter um dígito até 22. Esse arcano oculto que é obtido através do cálculo, expressa a síntese daquele conjunto de vivências, uma espécie de pano de fundo que influencia aquele aspecto da vida! Segundo a criadora dessa técnica, o arcano oculto serve como uma reflexão para cada cliente sobre a direção geral dos acontecimentos em dado setor da sua vida!

Alguns numerólogos fazem o mesmo, considerando de modo mais específico a interpretação de um número cuja soma final resulte num dos números dos 22 arcanos maiores do tarot! Por mais estranho que possa parecer o tarot funciona muito bem, mesmo quando é coadjuvante de um outro sistema oracular.

Não vou entrar aqui no mérito do quanto isso é positivo ou não para um ou outro oráculo. Creio que os sistemas simbólicos cuidam muito bem de si mesmos, assim como creio que não existe um único método para se consultar qualquer oráculo! As pessoas que se utilizam dessa mistura sabem muito bem as diferenças entre os vários sistemas envolvidos e tendem a não fundi-los de modo indistinto. Pelo contrário, suas diferenças é que os tornam fortes, atraentes e justamente complementares!

* Este artigo foi publicado no Clube do Tarot em março de 2010.


terça-feira, 2 de agosto de 2022

Dez Perguntas para Entender a Cruz Celta

Um pequeno questionário para cada uma das dez estações psicológicas, vivenciais e espirituais do sistema de leitura mais usado no mundo todo, com o propósito de aprofundar cada vez mais sua perspectiva e aplicação! 

A Cruz Celta, uma síntese prática, psicológica e espiritual do momento.

1) O que está emanando de dentro de mim agora?

2) Como tenho vontade (ou necessidade) de responder ao que sinto? 3) Que apelo percebo dentro de mim, com profundidade, e que me apoia ou perturba? 4) Qual é meu limite neste momento? A que me sinto desafiado, e por quê? 5) Como vivo minha realidade material (dinheiro, trabalho, etc)? E como me mostro ao mundo (consciente ou inconscientemente)?

Cada posição como uma estação dos estágios da consciência, e dos mundos externo e interno simultaneamente.
6) Vivo e sinto minhas relações sociais (família/amigos) de que modo? E como isso me afeta? 7) Como reconheço a mim mesmo neste momento? 8) Como vivo ou expresso minha afetividade/sexualidade agora? 9) Que aprendizado me é requerido neste momento ? (ver também posições 3 e 4)
10) Que sentimento, ou vivência, resume meu momento? Para onde estou indo (conscientemente ou não)?

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Um Breve Ensaio Sobre o Caos

 “Em todo caos há um cosmos, em toda desordem uma ordem secreta.”

C. G. Jung

O Louco, um agente do caos em busca
da manifestação da Luz.

Segundo tradições mitológicas e religiosas o caos é o vazio primordial de onde todas as coisas surgem. Sem forma, ilimitado e indefinido propiciou a criação do todo e o precedeu na manifestação do que conhecemos como realidade. Platão dizia que o caos era o estado desordenado e indiferenciado dos elementos antes da intervenção do demiurgo. Assim o caos é um estado que foge à compreensão da razão linear, o que torna a absorção de sua essência tanto difícil quanto fascinante. A ideia de caos pressupõe a ausência de uma criação ao mesmo tempo que a disposição de todos os elementos para que a criação aconteça. Na imagem arquetípica de O Louco ele é o zero, número que simbolicamente representa o vazio primordial pleno de possibilidades, por isso também muitas vezes referido como o símbolo arquetípico da infância, onde todas as possibilidades humanas jazem latentes e inorganizadas. O Louco mais parece alguém desorientado que não percebe, ou ignora, o cão que rasga a sua calça. Os cães foram um dos primeiros animais domesticados pelo homem, o viajante não cabe mais no lugar ordenado da rotina e dos fatos estabelecidos onde foi “domesticado”. Sua cabeça está totalmente voltada para cima como se estivesse se orientando, ou buscando orientação, em algo superior. Ele é a imagem de alguém que personifica o caos. A versão clássica do tarot de Marselha não deixa claro se O Louco anda de dia ou de noite. Waite desenhou, em sua reinterpretação dos arcanos, o seu Bobo à luz do dia e sob um sol branco! Faz mais sentido pressupor que o andarilho está fazendo seu trajeto à noite, onde parece estar buscando a orientação das estrelas como os antigos peregrinos e navegadores! O que corresponderia muito bem, de modo tanto simbólico quanto poético, com a sua correspondência astrológica de Urano. Este era um deus primordial do qual descendiam todos os deuses que deram mais tarde origem à raça humana. Ele tanto tinha um elemento de caos quanto de criação e renovação, além de ser o deus do céu estrelado que guiava a humanidade pelos caminhos desta vida. O caos, entretanto, não é perene, ele se encaminha quase que fatidicamente para a manifestação de algo, ou da própria realidade! Então neste momento surge a ação do criador. Platão referia-se ao demiurgo como um ser divino que contempla as ideias e as formas, e as organiza de modo a manifestá-las na realidade. Mas tanto as ideias quanto as formas existiam antes do demiurgo. O que o torna diferente do Deus judaico-cristão que cria o todo do nada, ou seja, tira do caos as formas daquilo que chamamos de realidade. A ideia de demiurgo é muito utilizada tanto na tradição filosófica platônica quando gnóstica, e tanto este conceito quanto a do Deus criador cristão não se afasta do arquétipo de um criador/organizador que manifesta a realidade a partir de elementos, formas e ideias desordenadas. A ideia do criador/ordenador aparece muito bem representada na imagem arquetípica de O Imperador.

O Imperador, criador/regulador
do mundo manifesto.

Na simbologia clássica ele é a primeira figura de barba branca, indicando tempo, ancestralidade e origem. Numa linguagem mais atualizada ele seria sistemicamente o pai de todos nós, o que gerou e organizou o mundo em que vivemos, por isso está entronado e coroado. Ele segura o cetro com a cruz encimada sobre a esfera, símbolo do mundo, e com uma das mãos segura o cinto, símbolo tanto da divisão quanto da união dos mundos superior e inferior, do qual O Imperador é o criador/regulador. O que combina muito bem com sua correspondência astrológica de Áries, o signo do impulso da vida para a manifestação e também da liderança pioneira. Seu trono quadrado é o representante dessa matéria que ele criou e regula. Seu número é o 4, que é a cifra da realidade e da concretização. Seu símbolo geométrico sagrado é o quadrado, o divisor do espaço e o estabilizador do mundo. A totalidade é bem representada pelo círculo, porém a sua divisão natural é o 4: são quatro estações, elementos, pontos cardeais, humores... O 4 é o regulador da vida manifesta, daí O Imperador também ser a imagem arquetípica do líder em todas as suas manifestações! Curiosamente a palavra Deus, na maioria dos idiomas, tem quatro letras.

A Morte, a lei da eterna transformação:
nascer/morrer/renascer!

A realidade, porém, está sujeita a transformações e mutações bem como à própria extinção. Tudo o que vive morre. A imortalidade é biologicamente impossível! Mesmo uma árvore que viva milhares de anos um dia morrerá. Tudo vive para um dia morrer e entre o nascer e o morrer todos buscam a sua razão por existir. A vida não se manifesta em vão, somos pulsações da grande fonte da existência para um propósito que contribui para a sua própria manutenção. A figura arquetípica mais impactante desta lei de mutabilidade constante é A Morte. Na representação clássica surge o que não é bem ainda um esqueleto, mas uma figura em estado de putrefação, que passa sua foice de lâmina vermelha por sobre cabeças, mãos e pés decepados (provavelmente amputados por ela mesmo), que se lançam num solo negro. As realizações (mãos) e os caminhos percorridos (pés) assim como todas as honras e ideias consagradas (cabeças coroadas ou não) perderam sua função ou significado, morreram e são devolvidas ao caos primordial, o chão negro aos pés da Morte. O caos muitas vezes é referido como a noite primordial, a escuridão de onde tudo veio. Deste chão negro podemos supor que surgirá a imagem desorientada de O Louco rastreando as estrelas do firmamento para se orientar pela escuridão indistinta do caos, onde tudo recomeçará. Como vimos O Louco/Urano é também o Senhor da renovação! O número da Morte é o 13 a cifra dos perfeitos ciclos lunares. O calendário lunar, se fosse aplicado, teria dias atrológica e numerologicamente regulados em treze meses. Todos os domingos cairiam em dias que somam 1, a cifra correspondente ao Sol, e todas as luas cheias cairiam no 15 de cada mês, por exemplo. Assim a perfeição dos ciclos lunares diz que nada morre antes do tempo, ou que os ciclos de estar e partir são simétricos e conectados a planos superiores de manifestação. Seu correspondente astrológico é Escorpião, o signo tanto da morte quanto da transformação com o objetivo de evoluir a si mesmo. Daí este também ser o signo do ocultismo, e de todos os conhecimentos herméticos, tanto quanto do autoconhecimento. De novo o símbolo da Morte impulsionando a busca pelo conhecimento da vida e de si mesmo para achar seu próprio papel no esquema existencial! Por fim, um fato interessante que os conhecedores ou estudiosos do tarot já devem ter percebido, é de que todos esses símbolos giram em torno do grande poder do número 4! O arcano de O Louco é zero, mas para efeito de cálculos, e em virtude de ser o vigésimo segundo arcano, tem valor aritmético 22, cuja soma é 4. A Morte por sua é 13, que também resulta em 4. E 4 é o número de O Imperador! Então o que podemos entender dessa conexão simbólica, é que tanto o caos inorganizado quanto sua transformação (no sentido de transcender a forma original) fazem parte de uma ordem maior fora do alcance pleno do entendimento humano.


sexta-feira, 3 de junho de 2022

O Mestrado em Reiki

Após fazer os níveis 1, e 2 do Reiki, o aluno pode fazer o nível 3 – algumas alterações recentes na iniciação em Reiki dividiu o terceiro nível em 3A e 3B – Esse não é um nível acadêmico que vemos nas universidades, mas se trata de um mestrado numa prática tanto terapêutica quanto Espiritual, por isso também chamamos de Mestrado em Reiki. O Mestre em Reiki é, antes de tudo, um Mestre de si mesmo, e com esse mestrado estará mais apto a lecionar, palestrar e escrever artigos, bem como de transmitir a iniciação a outros e aplicar certas técnicas terapêuticas exclusivas do nível 3. Isso além de poder trazer mais conhecimento e clareza.

No entanto, é um engano pensar que ser mestre Reiki é apenas para aqueles que querem ensinar o Reiki. O curso pode ser feito apenas por alguém que quer divulgar a prática do Reiki como uma atividade espiritual de interiorização e meditação, escrever artigos sobre o tema ou mesmo aprimorar sua prática terapêutica, caso já atue como um curador. O Mestrado em Reiki é conhecido como “A Realização”, e neste nível o iniciado aprende não a só a sintonizar outras pessoas nos três níveis, como também a realizar sintonias de cura, um profundo e impactante método terapêutico para quando a pessoa não pode realizar um tratamento extensivo. A sintonia de cura acessa um poderoso fluxo de energia para revitalização dos corpos físico/energético de quem a recebe, de uma só vez. O novo

Mestre também aprende a realizar a cirurgia psíquica, onde aprenderá a remover os campos energéticos que criam os distúrbios físicos e emocionais para restabelecer seu equilíbrio... As técnicas do Mestrado também se alteram conforme a escola de iniciação (e há muitas atualmente!).

Os chakras são os vórtices que distribuem 
a energia ki pelos corpos sutis.

Há, é claro, os que abraçam o mestrado em Reiki como um propósito para si mesmos de oferecer bem-estar, uma possibilidade de relaxamento, qualidade de vida, ou de uma perspectiva de vida mais profunda para outros que queiram conhecer a técnica. Reiki é muito mais que prática terapêutica, é um estilo de vida! Reikianos costumam usar o Reiki antes de dormir, depois das refeições para auxiliar na digestão, enviam Reiki à distância para quem lhes pede, reúnem grupos para trocas coletivas, ou para doação da energia “ki” semanais ou mensais, e assim por diante...

O Mestrado de Reiki é um chamado para um próximo nível de experiência na senda da transformação pessoal e da realização Espiritual.


sábado, 14 de maio de 2022

Sonhos & Tarot - Entrevista com João Carlos Petronilho

A linguagem arquetípica dos símbolos são como faróis para
guiar a consciência pelas terras escuras do inconsciente.

Fiquei sabendo do trabalho de João Carlos Petronilho vendo o anúncio do 2º Congresso Brasileiro de Tarot de 2020, um evento on-line onde João aparecia dando um curso de interpretação dos sonhos com o tarot... Eu também desenvolvi uma técnica de interpretação utilizando a linguagem dos arcanos no início dos anos 2000, e é claro que fiquei curioso para conhecer um pouco mais deste tarólogo e terapeuta holístico de Santo André. O convidei para um bate papo com troca experiências e história de nossas trajetórias dentro deste “labirinto encantado”, como diria o poeta Mario Quintana, que para nós é o tarot. 

E eis o resultado de nossas trocas:

Jaime: Como você se iniciou no tarot?

João: O primeiro momento foi em meados da década de 1990, quando tive oportunidade de participar de uma vivência, um grupo que estudava e foi convidado e saber sobre o tarô, mas grande parte da minha formação foi com meu autodidatismo, muita leitura buscando forma de entender os significados e como trabalhar com o tarô.

Jaime: Comigo tudo começou com uma tia lendo cartas do baralho Lenormand para mim quando eu tinha 14 anos, e nessa leitura ela me via “trabalhando com cartas”, mas que dizia não serem as mesmas cartas dela (minha tia nunca tinha visto um baralho de tarot!), alguns anos depois uma prima apareceu com uma revista em que aparecia um artigo escrito: “Tarot, as Cartas que Podem Prever o Futuro”... E cá estou!

Jaime: Qual abordagem você utiliza nas suas leituras? Terapêutica, Oracular...?

João: As duas, sempre faço a leitura do método do Mandala como via oracular, trabalho como terapeuta holístico, e para os que entram nessa jornada comigo uso o tarô como ferramenta de suporte para orientar e identificar como conduzir cada processo, florais, meditação, Thetahealing, Constelação Sistêmica, etc...

Jaime: Acredito também que as leituras mistas, que mesclam a abordagem terapêutica e oracular, são mais realistas. Nada é só fora e nada é só dentro como digo para alunos e clientes. As vivências exteriores originam-se das interiores e vice-versa. Os acontecimentos compreendidos em sua profundidade podem nos ensinar muito sobre nossas programações inconscientes... Assim como fora dentro, como diz aquele axioma esotérico!

Jaime: Qual método de leitura inicial você mais aprecia para as suas sessões?

João: Para todo consulente que chega até mim começamos com uma Mandala, depois abro para perguntas ajustando o método ao que a pessoa busca, Péladan, Cruz Celta ou outro jogo. Sempre ajusto o método ao tipo de questão a ser vista.

Jaime: Eu experimentei muitos métodos ao longo desses meus trinta e quatro anos, mas por sete anos me utilizei também da leitura da Mandala Astrológica, depois troquei pela leitura da Cruz Celta, numa adaptação que chamei de “O Jogo do Espelho”, que achei mais enxuta e pontual. Há um ano utilizo a “Descida de Inanna”, do Hajo Banzhaf, e tem me satisfeito muito sua profundidade tanto quanto sua precisão!

Jaime: Tem algum profissional do tarot, nacional ou internacional que o inspire?

João: Posso citar dois, o Roberto Caldeira com seu livro da Jornada do Caminho do Louco que me fez entrar nesse mundo, e o Nei Naiff com quem fez muitos cursos e ainda faço.

Jaime: Eu me considero fortemente influenciado pelos métodos do tarólogo e astrólogo alemão Hajo Banzhaf que citei antes. Suas abordagens mitológicas para métodos de disposição das cartas e para o aprofundamento do simbolismo dos arcanos são muito ricas. Também aprecio as explorações intuitivas e terapêuticas de Mary K. Greer e das aplicações dinâmicas de James Wanless. No Brasil o método intuitivo e metódico do Namur Gopalla de anotar jogadas e estuda-las depois percebendo a ampliação da nossa própria percepção me ajudou muito! Nunca estudei com ele, nem o conheci pessoalmente, mas conversei algumas vezes e tenho um pequeno livro que vinha com seu baralho nos anos 90, e tudo isso me inspirou muito...

Arcano de O Eremita do Tarot
of Dreams, de Ciro Marchetti.

Jaime: Quais baralhos de tarot você utiliza nas suas leituras?

João: Nas leituras do dia a dia uso Rider Waite, para os processos de Constelação ou questões energéticas uso o Marseille do Jodorowski/Camoin, para os processos terapêuticos (identificação das questões a serem trabalhadas) Mystical Tarot - Luigo Costa - Lo Scarabeo.

Jaime: Desde 2003 eu uso o Tarot Zen de Ma Deva Padma, ela conseguiu fazer uma boa síntese entre a linguagem do tarot com os ensinamentos do Zen como foram passados por Osho! Mas também uso o Thoth Tarot de Aleister Crowley e Frieda Harris, e o Motherpeace Tarot de Vicki Noble e Karen Vogel... Gosto de baralhos que mesclem o simbolismo hermético com abordagens culturais e filosóficas!

Jaime: Como surgiu a interpretação dos sonhos com as cartas do tarot?

João: Durante as consultas oraculares por muitas vezes ao ler as cartas o consulente se lembrava de um sonho e acabava me trazendo, aconteceu tantas vezes que comecei a prestar atenção. Quando tive um insight de juntar o mundo simbólico das cartas e o simbólico dos sonhos, criando dois métodos que permitissem uma ponte entre estes mundos, trazendo ao consulente uma percepção do seu momento e o que seu inconsciente está tentando mostrar.

Jaime: Comigo aconteceu do mesmo modo, mas meu método se baseia em tirar uma carta para o simbolismo geral do sonho e, em seguida e, tirar um arcano para cada símbolo marcante da representação onírica. Assim, carta por carta o sentido do sonho aparece, como num quebra cabeças.

Jaime: Quando você o utiliza? Nas terapias, ou numa leitura regular das cartas?

João: Utilizo durante meus processos terapêuticos ou com paciente que regularmente se consulta pela via oracular, não faço interpretação de sonhos para quem não passou por pelo menos uma consulta completa. Importante perceber o momento psicoemocional da pessoa antes de falar sobre interpretação...

Jaime: Sim, também faço isso. Na terapia com florais as pessoas sonham muito como resposta de certas essências, ou em certos momentos da terapia Reiki.

Jaime: Como é este método?

João: São dois métodos, a Casa de Morfeu, sobre perturbadores ou sonhos pontuais que de alguma forma causam impressão no consulente, um jogo de 5 cartas onde vemos o que está acontecendo no momento, um conselho para isso e como ele pode associar o sonho a realidade que vive.

E o Caminho de Oniros para sonhos que são recorrentes, não necessariamente iguais, mas que apresentam símbolos em comum várias vezes, aqui o olhar é para onde o consulente deve prestar atenção, o que deve se lembrar e esquecer deste sonho, incluindo uma casa que fala do momento espiritual dele.

João Carlos Petronilho, assim como eu, um
investigador das possibilidades terapêuticas do tarot!

Jaime: Como as pessoas reagem às suas interpretações dos sonhos através do tarot?

João: Sempre com surpresa, quando elas ouvem o que as cartas falam sobre o momento que estão vivendo e como isso tem ressonância no cotidiano, por vezes mais tranquilas, por vezes apreensivas de saber se o sonho narrado vai de alguma forma se desdobrar no mundo físico.

Jaime: No geral comigo também há surpresa, mas também um sentimento de “faz todo sentido”, de compreensão com coisas que estão acontecendo interna e externamente. É muito satisfatório quando esse momento ocorre tanto para mim enquanto leitor quanto para quem foi buscar o auxílio das cartas para entender as mensagens do seu inconsciente!

Jaime: Algum processo terapêutico já foi iniciado em função da leitura de sonhos usando os arcanos?

João: Até esse momento não, eu uso os métodos nos processos terapêuticos, uma leitura de sonhos não foi esse início, porque o que leva ao início desse trabalho é o Método da Mandala.

Jaime: Concordo totalmente! Uma visão preliminar integrativa do todo é fundamental!

Jaime: E como consegue distinguir o sonho psicológico do sonho espiritual nas leituras que realiza?

João: Até este momento, os sonhos espirituais eu identifiquei como sonhos recorrentes. No método do Caminho de Oniros há uma casa que fala da espiritualidade, no método de sonhos perturbadores (cada de Morfeu) na casa número 2 pode aparecer algo nesse sentido, mas ainda não tenho muitos relatos que levam a essa causa espiritual.

Jaime: Eu só consigo fazer essa distinção é intuitivamente mesmo; com o tempo observei que certos arcanos maiores como A Estrela, A Lua e A Sacerdotisa e alguns dos naipes de copas sinalizam sonhos Espirituais, ou mediúnicos...

Contato com João Carlos Petronilho:

escolaoraculuz.com 

www.facebook.com/oraculuztaro 



 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Os Doze Signos Astrológicos no Tarot

 

ÁRIES — O Imperador (21 de março a 19 de abril)

O correspondente tarológico de Áries é o Imperador, que encarna liderança, ambição, conquista e poder, bem como o impulso para a inovação e a vitória, típicos de Áries. Tanto o arcano quanto o signo são os melhores em definir uma visão e um plano para a realização do que desejam, e ainda ajudar os outros a alcançar os seus também. É seu papel criar estrutura e estabelecer limites para si e para o mundo que os cerca.

TOURO — O Hierofante (20 de abril a 20 de maio)

O Touro e o Hierofante estão ambos ligados a uma maior sabedoria coletiva e têm a capacidade de ajudar suas comunidades nutrindo-as com seu amor pela família e pela tradição. Com sua grande resiliência e força interior silenciosa, eles acabam se tornando grandes professores, nos quais muitos buscam orientação. É através de seu trabalho que um maior senso de segurança e identidade da comunidade é preservado.

GÊMEOS — Os Amantes (21 de maio a 20 de junho)

O correspondente tarológico de Gêmeos é a carta dos Amantes, pois os dois se concentram muito no poder da comunicação e no que ela pode criar não apenas entre dois corpos, mas entre todos os humanos. Tanto Gêmeos quanto Os Amantes são suscetíveis às influências exteriores e têm de aprender a usar do seu arbítrio! Esta carta também retrata a união de opostos e as possibilidades quando entidades de natureza dual criam um todo maior, ou um novo caminho.

CÂNCER — O Carro (21 de junho a 21 de julho)

Como o Cavaleiro deste arcano, o foco de Câncer está em definir o curso, e traçar o próximo destino. São visionários e sonhadores. Suas vidas interiores são emotivas, passionais e com instintos conflitantes e, como O Carro, eles devem aprender a dirigi-la para atingir seus sonhos. Eles devem traçar uma linha cuidadosa entre suas naturezas opostas, representadas pelos dois cavalos/esfinges, e entre o interior macio do caranguejo (sua sensibilidade afetiva e psíquica) e sua casca dura (a dureza de suas defesas exteriores).

LEÃO — A Força (22 de julho a 22 de agosto)

O equivalente tarológico de Leão é a carta de A Força, e aqui é onde vemos o poder bruto fluindo através da espiritualidade. Ou de uma força sutil (a Alma) mudando o mundo bruto dos fatos (o Leão). Tanto Leão quanto o arcano de A Força aprenderam a transformar suas naturezas agressivas e selvagens em amor, compaixão e vontade disciplinada. Por meio dessa habilidade, eles aprenderam sobre confiança e autoconfiança. Dentro deles está a união sagrada entre o corpo e o espírito.

O Eremita, correspondente
arcanológico de Virgem.

VIRGEM – O Eremita (23 de agosto a 22 de setembro)

O correspondente tarológico de Virgem é o Eremita, cuja jornada solitária em suas profundezas é aquela que é realizada para explorar o que é negligenciado pelo mundo comum, e encontrar um propósito autêntico em uma sociedade que pode se concentrar demais no que é superficial. A busca virginiana pela pureza é uma busca pela face oculta de Deus! Para o topo da montanha ele viaja, em busca de um tempo para introspecção e de descoberta da sua verdadeira voz, e nesse topo da montanha é onde ele inspirará os outros a segui-lo.

LIBRA – A Justiça (23 de setembro a 22 de outubro)

Equilíbrio e equanimidade são simbolizados pela Justiça e seu correspondente astrológico, Libra. Ambos são buscadores da verdade e do equilíbrio em situações complexas, e buscam uma compreensão profunda de cada questão antes de tomar decisões e agir. Seus papéis são eliminar ilusões e obter uma visão clara de si mesmos e de seus mundos com clareza, discernimento e aceitação.

ESCORPIÃO – A Morte (23 de outubro a 22 de novembro)

Dinâmico e transformador, tanto Escorpião quanto seu equivalente tarológico, A Morte, incorporam o conceito das mudanças transformadoras. Encontrar o sentido mais profundo dessas mudanças que causam tanto reformas quanto perdas irreparáveis, e aprender a aceitar, deixar ir e liberar-se... É para isso que encontraremos esses dois símbolos. É através dessa constante transformação, desse ciclo infinito de morte e renascimento, que A Morte/Escorpião encontra sua verdadeira liberdade e individualidade, e abre a necessidade do novo.

SAGITÁRIO – A Temperança (23 de novembro a 21 de dezembro)

Tanto Sagitário quanto seu correspondente tarológico, A Temperança, são Buscadores no sentido mais profundo da palavra. Buscadores de melhoria da vida, do crescimento, e do desenvolvimento. Como o anjo na carta (um símbolo de proteção), ambos são guardiões da humanidade e estão equipados com as forças e a visão de planos maiores. A Temperança mostra como Sagitário encontrará seu pico, que será aprendendo a misturar os fluxos de energia (matéria/espírito) para encontrar um centro, pois o verdadeiro significado da Temperança é encontrar a perfeição através do refinamento e da integração.

O tarot (ou tarô para quem prefere) tem
múltiplas correlações simbólicas.

CAPRICÓRNIO — O Diabo (22 de dezembro a 19 de janeiro)

Quando se encontra acorrentado e ligado ao mundo terreno mais baixo o Capricórnio está em sua vibração mais bruta e selvagem, e por isso não realizado, exatamente como se apresenta na a carta de O Diabo. Representa também nesta imagem a relação da humanidade com sua sombra, pois quando Capricórnio aprende que suas correntes são sustentadas apenas pelos medos e ilusões do mudo material e secular, eles deixam de dominá-lo. Pois quando esses fardos que carregam são removidos, seu verdadeiro “eu” de criatura brincalhona e sensual, que pode manifestar força e estabilidade, se apresenta.

AQUÁRIO — A Estrela (20 de janeiro a 18 de fevereiro)

O correspondente tarológico de Aquário é a Estrela, duas luzes que se orientam com seus vórtices de esperança e visão amplificada quando as noites da alma se tornam muito escuras. Tanto Aquário quanto A Estrela contam a história daqueles que retornam à sua própria verdade, e que se reconectam ao seu propósito interior, de formas estranhas, amplas e belas. É através da consciência humanitária do Aquário/Estrela que as verdades são questionadas e renovadas, e assim eles trazem a esperança de um novo amanhecer para a humanidade.

PEIXES – A Lua (19 de fevereiro a 20 de março)

Como o correspondente no tarot de Peixes, a Lua é um representante da evolução através de uma união das forças primordiais com a compreensão Espiritual. A confiança na guiança interior em meio às obscuridades da vida é um aprendizado para ambos. E é sob a luz bruxuleante do luar que os sonhos e as fantasias se tornam reais, tanto quanto é onde a consciência pode se perder para sempre! Nas sombras representadas pelo arcano de A Lua e pela casa XII de Peixes, é onde a sabedoria inconsciente, e sua conexão com os planos superiores, pode surgir.


quinta-feira, 17 de março de 2022

As Conexões Invisíveis

Um cliente me disse essa semana ao término da leitura inicial: “Tudo o que apareceu aí é verdade! Como pode isso? Não era eu quem tinha de tirar as cartas?”. Esse mesmo rapaz havia insistido muito anteriormente para uma leitura presencial de tarot. Tive de explicar, mais uma vez, de que entendi melhor com o tempo de pandemia as conexões invisíveis que alguns estudiosos da tarologia e do ocultismo em geral já mencionavam, e que resumidamente cabe na sentença: “Os arquétipos vivem dentro de nós, não precisam de interação física para acontecer”. Usei, inclusive, essa declaração num dos meus Destaques do Instagram, intitulado “Dúvidas Comuns”. Os campos de energia e consciência são unificados pela intenção de fazer a conexão com o outro, simples assim.

Leituras de tarot independem da presença física
para serem eficientes, pois os arquétipos vivem
dentro de nós, também não precisam
de interação física para acontecer.

Essa surpresa do rapaz me fez refletir sobre a oportunidade que o evento desastroso da pandemia trouxe para todos nós que migramos, integral ou parcialmente, para o mundo digital; de que estamos todos sim conectados como as teorias esotéricas mais antigas sempre anunciaram. Que nossas atividades são eficazes mesmo à distância, da mesma forma que a distância não impede que nossas orações e intenções cheguem a qualquer pessoa, ou grupo de pessoas, no planeta. Que, enfim, isso corrobora com a teoria da existência de uma mente global. Ela existe, e devemos ter mais cuidado com os pensamentos que espalhamos nas redes sociais. Que tipo de sintonia queremos criar para nós mesmos, nossa comunidade, país ou mesmo para o mundo?

Os campos de energia e consciência são unificados
pela intenção de fazer a conexão com o outro. 
De um modo
estranho e misterioso existimos uns nos outros,
ao mesmo tempo que também individualmente.

Então é fato de que estamos sim todos conectados, e cuidar dos pensamentos, imagens, ideias e ideais que divulgamos é também uma forma de cuidarmos uns dos outros, e desse mundo em que vivemos. Curiosa e contraditoriamente há pessoas que assumiram para si a divulgação e o trabalho dos ideais da Nova Era e que ainda resistem imensamente a esse modo de exercer suas atividades. Uma espécie de prisão egoica na terceira dimensão, embora divulguem acreditar que já estamos capacitados a atuar a partir da quarta dimensão! Eu tive a mesma resistência, porém hoje me encanta poder atender pessoas em todas as partes do mundo. E mais do que isso, ter a liberdade de estar onde eu quiser podendo fazer o que amo fazer. Recentemente estive de férias em Florianópolis, e segui atendendo nos horários mais próximos da noite sem que nenhum dos clientes que atendi soubessem onde eu estava. Liberdade e conexão são temas bem aquarianos que somos incitados a desenvolver neste momento da humanidade, embora a maioria os considere difíceis de conciliar, eu acho que aprendi uma parte importante desta lição!