sábado, 4 de dezembro de 2021

Seguindo o Fluxo

Dança sagrada, uma das formas
de conexão com a Fonte.

Estamos num momento de intensa busca Espiritual, e também de muitas possibilidades de caminhos para trilhar nesta busca. O desejo de percorrer esta estrada interior faz parte de um processo Espiritual que ficou conhecido como “despertar”... Mas seria despertar do quê? De muitas coisas! Seria acordar do sono que a materialidade da vida nos traz, que nos resume numa ânsia por consumir para ser e viver. Vivemos num mundo material, mas ele não é a única verdade ou finalidade. Acordar também para a realidade de que há outros planos de consciência, e campos vibracionais que moldam nossa realidade física e mental. Que nos conectam a uma fonte maior de percepção e entendimento da vida. Acordar do medo intrínseco da morte, para aceitar que existem ciclos de vidas e vidas (reencarnações) e muitas outras dimensões onde podem ocorrer nosso processo evolutivo essencial... Esse é o longo caminho que culmina na iluminação. Que nunca é um objetivo em si, pois isso não importa, o que se conquista ao longo da caminhada é igualmente precioso!

Meu despertar se deu através do estudo do tarot, ver as sábias respostas que passam por mim sem serem minhas, e que iluminam de entendimento a minha compreensão, e a de muitas pessoas que obtém uma experiência profunda com os arquétipos nas leituras, me fez sentir conectado a uma fonte maior de Sabedoria, e me causou aquilo que a psicologia moderna define como flow (fluxo em inglês). O flow é quando realizamos algo que na iminência de fazê-lo ficamos cheios de entusiasmo (do grego pleno de Deus), no momento de sua realização o tempo não existe, e ao seu término encontramos imensa satisfação! Pois bem, não acredito, de modo algum que só o estudo e a aplicação de leituras dos arcanos do tarot, ou de oráculos como um todo, possa proporcionar esse tipo de experiência. Há pessoas que o encontrarão fazendo massagem, reiki, lendo mapas astrológicos, estudos numerológicos, fazendo pães, artesanato, cantando ou tocando, dançando, interagindo com a natureza, cuidando de animais, plantando, pintando... Não importa! O que importa é encontrar a atividade que nos proporcione essa conexão. Quanto mais conscientes de se estar nesse fluxo, mais transformador ele se torna. O flow nada mais é do que o momento da nossa conexão com a sacralidade interior que nos conecta com a Fonte Maior.

Leituras de tarot, portais entre 
os mundos consciente e inconsciente.

A importância disso é fundamental, pois que toda a atividade que nos proporcione conexão inspirará aos que nos cercam. Essa inspiração poderá transformar vidas, além da vida que quem experimenta essa conexão. Poderá causar admiração em muitos – uma armadilha para o ego, pois estamos aqui para iluminar a nós mesmos, e servir a quem precisar do que temos a oferecer – e também a inveja em alguns, mas isso é com eles, não é mesmo? Outro tópico importante é: NENHUM CAMINHO OU CAMINHAR É MAIS VERDADEIRO QUE O OUTRO! Os tempos também estão muito chatos, com todo mundo tendo a certeza que encontrou a verdade e está querendo a empurrar goela abaixo do outro.

Os daimistas (não dá para generalizar, mas muitos fazem isso) quando perguntam se uma pessoa já tomou ou se quer experimentar a ayahuasca, e recebem um não como resposta, afirmam ou perguntam: é medo? Ora, uma colocação que traz implícito um sentido de “sou mais corajoso que você”, ou “você está fugindo de algo” que tem como único propósito coagir o outro a fazer o que ele acredita ser o melhor ou o único caminho... Isso é profundamente egoico, desrespeitoso e invasivo. Cada pessoa tem o seu tempo e seus próprios veículos de despertar. O que poucos daimistas admitem é que inúmeras pessoas que cederam a essa coação, e experimentaram, tiveram péssimas ou confusas experiências que as desestimularam totalmente a continuar! E não porque a experiência com a ayahuasca não seja válida, mas simplesmente porque não era o instrumento para o despertar daquele indivíduo. Pessoas que dizem estar num caminho de despertar interior e que agem assim estão, na verdade, numa viagem do ego! Não se apegue a nenhum instrumento que o faz entrar no fluxo, é só um instrumento, seja grato por tê-lo encontrado e respeite o caminho e o instrumento ou instrumentos de quem também percorre a senda. O contrário disso é fanatismo, e ele não leva a lugar algum! O caminho é longo e infinito para todos. Não se pegue a nada, não imponha nada, só siga o fluxo!