O Ás de copas, do Osho Zen tarot. |
O naipe de copas representa no
tarot as forças do sentimento humano, sua sensibilidade afetiva, os sonhos e
idealizações, bem como sua sensitividade e capacidades mediúnicas de perceber o
mundo imaterial através de uma predisposição receptiva da alma, por assim
dizer. Essas características correspondem, simbolicamente, à água na relação
alquímica dos elementos, ao verão no ciclo das estações, e aos signos de água
na roda astrológica. Os ases de cada naipe correspondem a uma estação, não
necessariamente análoga ao elemento de seus naipes, mas a grandes ciclos de
começo e fim. Veremos que neste naipe o Ás de copas compreende um período de
tempo entre o começo do outono e os limites do inverno. Sempre é bom lembrar
que essa correspondência leva em conta o ciclo das estações do Hemisfério norte
do planeta, onde esse esquema foi concebido. A partir disso, das cartas de
número 2 em diante, vai se formando correspondências astrológicas entre
planetas e signos que melhor expressam as qualidades de cada arcano.
Cada signo ocupa um período de
trinta dias no ano, e cada arcano corresponde a um período de dez dias dentro
deste ciclo maior. Com exceção dos ases que correspondem ao período de duas
estações. Essa roda anual foi proposta na antiga ordem inglesa Golden Dawn para
melhor compreensão do simbolismo das cartas numeradas de cada naipe, mas que
também serve como um mapeamento, através dos arcanos, de períodos do ano em que
cada pessoa nasce e abre a perspectiva para as possíveis influências sobre a personalidade de cada nativo desse período do ano.
Falemos um pouco de cada signo
antes de prosseguir:
Câncer – O signo do começo do
verão, que assinala a entrada da luz e do calor de forma mais contundente. Rege a
família e as tradições, pois era justo nesta estação que se realizavam
casamentos e se comemoravam os deuses da fertilidade, do destino e da proteção
das tribos.
Escorpião – O signo do apogeu do
outono, quando todas as folhas já caíram e se dá início à putrefação da matéria,
que servirá por sua vez de suporte e adubo para a nova estação, e um novo ciclo
sazonal de morte/renascimento. É o signo da luz que é encontrada nas
profundezas.
Peixes – O signo do fim do
inverno, é quando o ano se encerra nos permitindo um vislumbre total de todo o
trajeto percorrido, revelando o seu sentido e relevância. Simboliza retiro e
introspecção, que nos propõe um novo olhar sobre a totalidade da existência e
seu significado.
Ás de copas – Verão – 23/09 à 21/12
A energia da luz e do calor que
faz aflorar as emoções humanas, desde a sensualidade mais básica, até a
amorosidade mais elevada. Os ritos de amor e casamento eram celebrados nesta
estação. É também o período do cio de muitas espécies, das frutas se encherem
de sumo, e da celebração da vida, comunhão com o sagrado e da percepção da
existência como uma dádiva. As celebrações desta estação remontam a um período
em que a vida era tida como sagrada!
Dois de copas – Vênus em Câncer –
21/06 à 1º/7
A amistosidade e a cordialidade
de Vênus encontram o sensível signo de Câncer, é a percepção do outro numa
interação de cunho íntimo, de proximidade, carinho, empatia e apoio mútuo que
pode se expressar tanto nas relações de amor e amizade, como também nas
interações profissionais, e sociais. Perceber o outro e as suas necessidades, e
estabelecer conexões profundas e sinceras baseadas em um apoio sem expectativas
e, portanto, sem cobranças.
Três de copas – Mercúrio em
Câncer – 02/07 à 11/07
As expressões livres dos
sentimentos, que sob a influência leve de Mercúrio tornam-se benevolentes,
alegres e exultantes. O planeta Mercúrio torna a natureza canceriana sociável e
comunicativa, num fluir de emoções sempre cambiantes, mas não melancólicas. É o
entusiasmo em seu sentido mais profundo “estar cheio de Deus”. Alegria,
gratidão, celebração; é o estar envolvido com coisas e pessoas que se ama de
modo pleno e feliz!
Quatro de copas – Lua em Câncer –
12/07 à 21/07
A Lua torna a natureza canceriana
profundamente introspectiva e reservada, mas também serena e centrada.
Favorecendo os assuntos espirituais, e os estados meditativos, contemplativos e
de serenidade, por um lado. Por outro lado pode trazer indiferença afetiva com
o mundo exterior. Por este ser um signo sensível muitos interpretam este
arcano, a partir das imagens de Waite, como sendo enfado e mau humor. Crowley
viu nele cuidado e atenção.
Cinco de copas – Marte em
Escorpião – 23/10 à 1º/11
Sendo o segundo regente de
Escorpião, o planeta Marte atiça sua natureza ressentida e defensiva. As mágoas
sofridas, ou a possibilidade de sofrê-las, inibem as ações de aproximação e
acolhimento. As dores e perdas do passado ficam ecoando na alma e retroalimentando as mágoas vividas, ou seja, a “má água” escorpiana que vai
envenenando as relações de todo o tipo, tanto com pessoas, quanto com eventos e
instituições das mais variadas origens.
Seis de copas – Sol em Escorpião –
02/11 à 12/11
O Sol reforça a natureza
altamente idealista de Escorpião, este signo busca uma interação com o outro
num nível de comunhão e plenitude que poucos podem compreender. Daí sua fama de
apegado e possessivo. Sua entrega, quando se dá, é total e vai muito além do
sexo biológico! Então, por mais estranho que possa parecer, a natureza
escorpiana é romanticamente profunda, e sensual sim, mas num nível muito mais
transcendente do que a experiência física.
Sete de copas – Vênus em Escorpião
– 13/11 à 23/11
A natureza sociável e leve de
Vênus não combina com a de Escorpião, intensa e profunda. Assim a Vênus ou é
sexualizada ou permeada por buscas compulsivas por saciedade que nunca se
realizam! E que também não se limitam somente ao sexo, mas a explorar todas as
emoções estimulantes como em jogos, comida, aventuras, vídeo games etc. Essa
ânsia nunca satisfeita causa sentimentos de confusão e de desnorteamento sobre
a própria direção a seguir na vida.
Oito de copas – Saturno em Peixes
– 20/02 à 1º/03
Saturno, o planeta das
limitações, chega ao ultimo signo astrológico, aquele que encerra a jornada
evolutiva zodiacal. Para muitos este arcano representa, por esse motivo, a
estagnação do caminho, algo que ficou velho e obsoleto, e limitado em si mesmo.
Outros, assim como eu, acreditam que este é justamente o arcano que nos impele
a deixar o velho e o estagnado para trás, como o próprio Saturno que foi
vencido pelo movimento inexorável do próprio tempo.
Nove de copas – Júpiter em Peixes
– 02/03 à 11/03
Como já vimos Peixes é o signo
que encerra a jornada evolutiva do herói interior na mandala astrológica, aqui
ele reencontra o seu antigo regente, Júpiter, que “abençoaria” esse fim de
ciclo com a realização de todos os sonhos ou anseios imaginados pelo peregrino.
A benevolência jupteriana é exaltada em Peixes, trazendo satisfação,
contentamento e repouso na alegria das próprias conquistas ou realizações. Há
quem veja nisso o risco do ego decantar.
Dez de copas – Marte em Peixes –
12/03 à 20/03
A natureza belicosa de Marte é
transformada, não há mais o ímpeto por conquistar e vencer. O ciclo finalizador
de Peixes fez com que a sua natureza se tornasse mais que benevolente, mas
voltada, sobretudo, para ações mais construtivas. A força finalmente se une à
beleza e ao amor, gerando um estado de plenitude, harmonia e comunhão profunda
consigo mesmo, a natureza, o amor, Deus ou o Transcendente. As buscas não são
mais brutais e nem extrínsecas.
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