A Cruz Hermética, ou Rosa Mundi. |
A Rosa Mundi, ou Cruz Hermética, é um
símbolo da Sociedade Rosa Cruz que também ilustra o verso de dois baralhos de
uma outra ordem oculta, a Golden Dawn. Esses baralhos são o Tarot da Golden e o
Thoth Tarot de Aleister Crowley. Independentemente das razões que levaram os
autores desses dois tarots a colocarem esse símbolo em seus baralhos, eu só
tenho de concordar de que é perfeita a junção desse símbolo à linguagem do tarot! A Rosa Mundi começa com seus dois braços
cruzados, um vertical e o outro horizontal, sinalizando a entrada do homem na
dualidade da matéria, onde tudo se divide em duas polaridades, como bem/mal. luz/sombra,
consciente/inconsciente, macho/fêmea e assim por diante. Essa dualidade é o
grande desafio que a alma enfrenta a cada nova incursão reencarnatória. A nossa
incursão pelo mundo da matéria não se resume, entretanto, a viver esta dualidade e sofrer com
ela, mas sim em harmonizá-la para se obter o máximo desta combinação. Como quando
integramos em nossa essência a abordagem racional e a intuitiva, a mente
analítica e a sintética, o amor e o rigor, e assim por diante. As leituras de
tarot são, em última instância, um mergulho nessas dualidades geradoras de
conflitos, cuja finalidade é justamente a de se achar um ponto de integração e
harmonização para a resolução do conflito, através da compreensão do seu
propósito para a consciência. Os quatro braços formados pela cruz central nos
remetem aos quatro quadrantes da magia e das quatro estações, que por sua vez
aludem à passagem do tempo dentro do processo reencarnatório. As quatro fases
da vida, infância, juventude, maturidade e velhice que também se repetem nas
estações indicando tanto que morremos um pouco a cada ciclo de um ano, quanto
que a cada novo ciclo temos a oportunidade de renascimento através da expansão
da consciência sobre nós mesmos e os fatos do mundo que nos cerca. É na interação
entre esses dois processos da existência que cada homem tem um propósito a cumprir!
Wang desenha nos braços da cruz do tarot da Golden os quatro símbolos alquímicos dos elementos. No modo como a cruz aparece no verso do tarot desenhado por Frieda Harris sob a direção de Crowley, há uma sucessão de pétalas que se interpenetram aprofundando-se no âmago da grande cruz até a rosa em seu centro. Esse simbolismo revela que a cada renascimento proposto pelos ciclos naturais o indivíduo aprofunda-se em si mesmo, na compreensão de sua essência, propósito e natureza até a libertação da roda reencarnatória. No tarot da Golden Robert Wang desenhou uma Árvore da Vida cabalística no centro da cruz, pois que na Rosa Mundi original aparecem as vinte e duas letras cabalísticas nas pétalas que envolvem a cruz central, indicando que o entendimento da relação homem/universo, ou homem/Deus é o epicentro de nossa viagem interior. Encontrar o propósito de nossas vivências individuais, e o seu papel dentro do grande quadro em que nos encontramos é, com certeza, uma das funções mais profundas da simbologia dos arcanos. Quando interpretadas por alguém com conhecimento e habilidade para extrair tais informações de suas imagens arquetípicas.
Wang desenha nos braços da cruz do tarot da Golden os quatro símbolos alquímicos dos elementos. No modo como a cruz aparece no verso do tarot desenhado por Frieda Harris sob a direção de Crowley, há uma sucessão de pétalas que se interpenetram aprofundando-se no âmago da grande cruz até a rosa em seu centro. Esse simbolismo revela que a cada renascimento proposto pelos ciclos naturais o indivíduo aprofunda-se em si mesmo, na compreensão de sua essência, propósito e natureza até a libertação da roda reencarnatória. No tarot da Golden Robert Wang desenhou uma Árvore da Vida cabalística no centro da cruz, pois que na Rosa Mundi original aparecem as vinte e duas letras cabalísticas nas pétalas que envolvem a cruz central, indicando que o entendimento da relação homem/universo, ou homem/Deus é o epicentro de nossa viagem interior. Encontrar o propósito de nossas vivências individuais, e o seu papel dentro do grande quadro em que nos encontramos é, com certeza, uma das funções mais profundas da simbologia dos arcanos. Quando interpretadas por alguém com conhecimento e habilidade para extrair tais informações de suas imagens arquetípicas.
Dentro do hermetismo cristão,
proposto pelo símbolo Rosa Cruz, esse cerne da cruz simbolizaria a Mônada
individual, a presença da divindade em cada um de nós, também conhecida como a Divina
Presença ou como o Cristo Interno. Ao nos aproximarmos dessa essência
desvendando o significado de nossas vidas perfazemos o caminho que as antigas
escrituras judaico-cristãs chamaram de “o retorno à casa do Pai”. Assim, o Juízo
Final revelar-se-ia não como uma catástrofe para o julgamento de toda a
humanidade, mas sim como uma consciência profunda do si mesmo em sua trajetória
espiritual. A sequência de imagens dos arcanos do tarot simbolizam exatamente isso,
a jornada de autodescoberta de toda a humanidade, tanto quanto de cada pessoa
sobre este mundo. Ao retirarmos as cartas numa leitura estamos revelando em que
ponto dessa jornada estamos individualmente, e em que desafios travamos nossa
luta por esclarecimento e compreensão.
A Cruz Hermética do Golden Dawn tarot, de Robert Wang. |
A consideração dos quatro braços
da cruz mais a Mônada nos remete ao símbolo do pentagrama, cuja representação
mais antiga remonta à Mesopotâmia, há mais de três mil anos, e que aparece
representado nos quatro braços da cruz hermética! Os pitagóricos o consideravam
o símbolo do homem perfeito e em perfeito equilíbrio, com os pés bem plantados
no chão (este mundo) e a cabeça apontando para os céus (o mundo transcendente).
A inversão deste símbolo representaria a inversão do fluxo de
crescimento e expansão da consciência, uma vez que o homem estaria com suas
faculdades de percepção superiores embotadas por seus instintos inferiores de
posse, cobiça e apego. Ou seja, seus olhos não conseguiriam enxergar nada para
além deste mundo e seus apelos imediatistas. No braço inferior da cruz, acima do pentagrama, vemos a estrela
de seis pontas, conhecida também como “Escudo Supremo”, representando a
cosmologia da antiguidade, trazendo em si o Sol cercado dos outros seis outros corpos celestes conhecidos: Saturno, Júpiter, Vênus, Lua, Mercúrio e Marte. Esses planetas representam,
segundo a Cabala, as sete sephirot inferiores da Árvore da Vida, onde se dá a maior parte do
desenvolvimento humano na sua viagem rumo ao encontro com o divino em Kether.
A Cruz Hermética do Thoth tarot, de Aleister Crowley. |
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