sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Naipe de Espadas - A Inteligêcia do Ar

O ar vem a ser o elemento mais importante para a sobrevivência humana. Sem oxigênio não existe vida. Nosso pulmão, coração e cérebro realizam com ele uma alquimia que nos permite estar vivos! A falta de oxigenação do cérebro dificulta o funcionamento do mesmo, torna o raciocínio impossível e pode causar danos irreversíveis. A mente opera como o ar, com movimentos irregulares em muitas direções simultaneamente, mas quando bem focada por muito tempo pode moldar o solo, as rochas e as montanhas, como nossa Inteligência é capaz de construir coisas incríveis! A engenhosidade simples dos barcos a vela, por exemplo, ajudou o homem a romper fronteiras e descobrir novos mundos além de expandir o poder de impérios como o da Espanha, e Portugal e mais tarde da Grã Bretanha.
No tarot o elemento ar está representado pelo naipe de espadas. A espada é um símbolo perfeito para esse elemento. A maioria delas possui dois gumes, exatamente como a mente possui sempre duas vertentes, sim/não, bem/mal, o eu/o outro. Ela representa também o poder dos reis e dos exércitos, exatamente como aparece no ás de espadas dos baralhos clássicos, com uma espada transpassando uma coroa e sendo empunhada por uma mão vigorosa. A espada é o símbolo também da justiça, com ela os reis outorgavam leis, distribuíam títulos e condecoravam soldados. A mente anseia por conhecer a verdade e estabelecer conceitos sobre o verdadeiro e o falso, o certo e o errado, o justo e o injusto, o ético e o não ético para poder tornar a vida ordenada e compreensível. A mesma inteligência que busca por verdades superiores e significados maiores para a existência é a que procura garantir a paz armando-se fortemente. É interessante notar que foguetes, mísseis e até submarinos e navios de guerra possuem a forma de uma espada! As guerras como ações de poder e conquista no sentido de “manter a ordem” são prerrogativas do naipe de espadas. O científico e o tecnológico também estão sob sua égide!
Diferente do que ocorre na descrição desse elemento na astrologia, as personalidades aéreas não são tanto dispersivas, mas sim racionais, organizadas e controladoras, além de frias na sua expressão emocional. Absorvem informações e os valores culturais do seu meio e de sua geração com muita facilidade, ao mesmo em tempo que são naturalmente críticas e questionadoras. O trajeto das cartas numeradas de 1 a 10 no naipe de espadas é uma busca pela verdade interior em meio aos conceitos culturais sustentados pela família e a sociedade.

Rei de espadas – O ar do ar. O líder autoritário. Forte, frio e controlador. Sabe sempre o que fazer em cada evento, não acessa seus instintos, seus sentimentos e sua fragilidade. Administrador inteligente e estratégico possui uma mente clara que o faz se tornar uma autoridade nas atividades a que se dedica. Lembre-se de que certo controle sobre a vida é bom, quando em demasia faz a vida cessar. O juiz, o médico cirurgião, o militar de alta patente.



Rainha de espadas – Água do ar. A mente lúcida que não se permite levar pela subjetividade das emoções. A capacidade de colocar em palavras, e de modo inteligível, coisas abstratas. Crítica e julgadora. Conceitua tudo em certo e errado, preto e branco... Dando margem para o surgimento da moralidade estreita e dos preconceitos. A pedagoga, a filósofa, a escritora. 


Cavaleiro de espadas – Fogo do ar. A mente focada nas conquistas objetivadas pela razão. O conquistador determinado e combativo. Aquele que não desiste até a meta ser alcançada e não poupa nem esforços, e até mesmo consequências, se ele exceder suas funções. A sua cobiça e competitividade podem desumanizá-lo, tornado-o cruel e violento. O soldado de elite, o ninja, o boxeador ou lutador de artes marciais.


Valete de espadas - Terra do ar. A mente aberta que amplia os conceitos, abarca novas ideias de modo inovador. Tudo o interessa. A sua sombra é a mente que conecta muitas coisas, mas não realiza nada. Congestão e confusão mental. Argumentação excessiva, preocupação intensa que não permite o relaxamento. Enxaqueca, insônia. 


Ás de espadas - A consciência perfeita, clara, límpida. A vontade serena, mas firmemente centrada. O encontro de uma verdade reconhecível e libertadora. A capacidade de mudar o rumo dos acontecimentos pela simples focalização da vontade pessoal aliada a um sentido de direção e propósito internos.


2 de espadas – A natureza bruta da mente não consegue permanecer centrada. A dúvida se instaura, algo como: “Será mesmo?”. A dúvida lança o olhar sobre uma outra perspectiva, a de outra pessoa ou a de outra realidade, e esse cisma deve ser resolvido com uma decisão. A consciência também não suporta ficar muito tempo cindida. Impasses seguidos de decisões e escolhas pertencem a esse arcano. 


3 de espadas – A escolha foi feita, o impasse foi resolvido ou está na iminência de sê-lo. A razão vence nesse naipe, os ditames do coração são subjugados. O que sobra é uma sensação de pesar. Há uma dor e insatisfação profundamente introjetados que não se revelam na aparência. Fazem parte de desconfortos íntimos que a maioria das pessoas esconde socialmente. 

 
4 de espadas – Depois da crise anterior surge uma profunda necessidade de parar e refletir. Esse arcano incorpora bem o “descanso do guerreiro” normalmente vivido depois de uma situação de doença, divórcio, ou da saída de um trabalho importante para nós, por exemplo! Uma decisão dura de ser tomada requer um tempo de reparação (a convalescença) antes de seguir a jornada. Sua sombra é protelar indefinidamente essa pausa e postergar resoluções pendentes.


5 de espadas – O tempo perdido não volta. O que sobra é um balanço da vida com um saldo negativo e uma sensação de derrota. A comparação entre os resultados alcançados e os que se pretendia são inevitáveis. Assim como a comparação com as conquistas dos outros. É próprio da mente fazer conjecturas. Deve-se buscar a valorização da própria experiência e singularidade.  


6 de espadas – A ânsia humana por amor e reconhecimento social faz com que se assuma papéis difíceis e responsabilidades muitas vezes demasiadas (o bom filho, o funcionário modelo...). Há uma tendência a se assumir as necessidades alheias e sociais de modo incontinenti. Aqui deve-se buscar a justa proporção do papel a se desempenhar e evitar os excessos, eles não significam mais amor, apenas mais esforço.



7 de espadas – A perda da identidade individual. A dissimulação do que é aceitável cria uma máscara que com o tempo não serve mais, mas precisa ser sempre servida. Então nasce uma vida secreta, cheia de vergonha e culpa. Os conchavos e conspirações, as intrigas, segredos e mentiras nascem assim, bem como a perversão de instintos naturais.


8 de espadas - A negação da natureza básica não dura muito tempo, forças dilacerantes entram em choque dentro da consciência e não podem ser mais ignoradas, algo deve ser feito com uma urgência ainda maior do que no 2 de espadas. A culpa por violar as leis internas gera imensa cobrança e dura autocrítica.


9 de espadas – A dor sentida na mais funda solidão. Tudo o que foi negado não pode mais ser ignorado e vem à tona como uma ferida ocultada, mas que ainda está aberta. Do ponto mais escuro das cobranças internas nasce a luz de uma nova percepção. O sofrimento esconde dentro de si sua própria cura, como todos os venenos.


10 de espadas – O renascimento da consciência. Do animal de carga dos conceitos sociais nasce a fera que se opõe a isso tudo e de dentro dela deverá nascer a criança espontânea que um dia todos tivemos em nós, nem conformada nem rebelde, apenas livre! A morte dos velhos conceitos não é fácil e avanços e recuos são comuns ao longo do caminho de mudança.

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