A intuição permite a revelação não linear de um conhecimento ou mistério. |
Ainda assim isso nada tem a ver com a intuição espiritual. Nesse tipo de intuição acessamos informações que não tivemos acesso (nessa ou em outras vidas) de modo claro e alheio a nós mesmos em sua manifestação. Por isso que geralmente ela ocorre com o intermédio de seres do mundo espiritual, guias, mentores, mestres ou seres elementais que podem atuar de modo velado por muitos e muitos anos, e que se revelam dentro do processo de amadurecimento espiritual do Buscador!
Rabindranath Tagore conta que certa vez, passeando de barco pelas águas do rio Ganges, viu um peixe vir à superfície para apanhar alguma coisa, um inseto ou um fruto. Quando o animal girou o corpo para mergulhar novamente, suas escamas prateadas refletiram o céu límpido daquela tarde ficando totalmente azuis, espelhando o céu luminoso. Um espetáculo de beleza natural! O grande poeta indiano então concluiu: “A intuição deve ser isso, algo que emerge das profundezas da alma e que por um momento reflete o infinito…” Essa é com certeza a mais bela afirmação sobre o processo intuitivo que eu já li em toda a minha vida! O difícil mesmo é saber como ela opera em cada pessoa, tamanha é a sua particularidade, a sua pessoalidade. O tarot é um dos instrumentos que melhor exercita e desenvolve a intuição. Uma vez aberta as portas dessa percepção elas nunca mais se fecham, a intuição passa ser a chave com a qual abrimos sempre a consciência quando precisamos de orientação, e não apenas numa consulta ao tarot!
A intuição é o lampejo de uma luz interior que nada tem a ver com o intelecto. |
Conheci
certa vez uma taróloga que se utilizava apenas dos arcanos maiores em suas
leituras, e que para iniciar uma consulta pedia que se desse um tema para ser
trabalhado, algo como amor, dinheiro, projetos etc. Então ela pedia que se
tirasse certo número de cartas do maço com vinte e dois arcanos e as colocava
sobre a mesa de modo aparentemente aleatório, desenhando formas geométricas
exóticas. Conforme as perguntas evoluíam, ela mudava a disposição das cartas,
nunca repetindo a sequência. Impressionava-me bastante ela revelar fatos
subjacentes ao tema escolhido dos quais eu tinha conhecimento, mas que não
havia revelado. Elogiei sua acurada percepção e perguntei como ela decorava
tantos modos de deitar as cartas. Ela me olhou calmamente e disse que não
decorava, que as cartas eram mesmo postas aleatoriamente e que cada posição não
tinha um significado pré-estabelecido. Os desenhos simplesmente apareciam em
sua mente e ela os colocava sobre a mesa, os significados então se abriam…
Fiquei estupefato! Foi a forma mais estranha de ler as cartas do tarot que já
tinha visto.
Uma
amiga de muitos anos usa as cartas de um modo mais disciplinado e tradicional,
combinando um arcano maior a um menor na leitura. Tem por hábito utilizar-se da
mandala astrológica em suas sessões e já “trocamos figurinha” como eu costumo
dizer. Intriga-me também o quanto de informação ela pode tirar da combinação de
duas cartas, sem fazer outras relações com casas correspondentes, por exemplo,
ao passo que em outras não saía mais do que uma frase.
Para
mim foi um longo caminho de descoberta, experimentei muitos métodos de ler as
cartas, tanto para mim mesmo quanto para os outros. Atualmente eu as leio com
as setenta e oito cartas misturadas, arcanos maiores e menores. Lendo assim, os
arcanos funcionam como letras que ao serem combinadas, formam frases claras e
precisas em minha mente. A predominância de um ou outro naipe revela o elemento
dominante e a direção psicológica de quem se consulta. A falta de um naipe
também me é muito reveladora. Sinto assim o peixe da minha intuição emergindo
das profundezas da minha alma! E é muito prazeroso e satisfatório, e não só
para mim…
A
chave da intuição deve ser descoberta por cada um sem interferências externas,
ouvir autores e professores é um bom modo de se iniciar, mas não pode ser o fim
de um processo. O que é anunciado como o melhor e mais eficiente método é, na
verdade, o caminho que fez com que aquele professor ou autor encontrasse a
chave da sua intuição, mas que não deve nunca invalidar a descoberta de cada
um. Conhecer o meio pelo qual acessamos a sabedoria do inconsciente coletivo
através da intuição é um passo importante no caminho do autoconhecimento e
autodesenvolvimento. O que requer tempo, paciência e muita auto-observação.
Nota: Os dois primeiros parágrafos deste texto foram acrescentados ao texto original publicado no Blog Tarólogos.com em julho de 2009.
Nota: Os dois primeiros parágrafos deste texto foram acrescentados ao texto original publicado no Blog Tarólogos.com em julho de 2009.
Perfeito!
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