quinta-feira, 2 de maio de 2013

Encontro com As Deusas


Os escritores norte-americanos Roger J. Woolger e sua esposa Jennifer Barker Woolger escreveram o livro A Deusa Interior, uma apurada pesquisa sobre os seis arquétipos femininos essenciais presentes na psique tanto de mulheres quanto de homens. Outros livros relacionando mitologia e psicologia foram escritos antes e depois, como He, She e We de Robert A. Johnson e Os Deuses e o Homem de Jean Shinoda Bolen. Considero a simplicidade e a praticidade do livro do casal Woolger muito mais tocante! 
A obra ainda oferece um questionário que possibilita ao leitor avaliar com qual face do feminino interior ele (a) está mais conectado. A obra possui, entretanto, duas falhas fundamentais, em minha opinião, que são: primeiro que os autores não dão sugestões de como restaurar terapeuticamente a potência de uma deusa que por ventura não apareça no seu mapa das deusas, segunda ele mesmos chamam. O segundo erro, muito comum nos autores da América, é o excesso de identificação com os arquétipos de sua cultura. A deusa Hera vem a ser o caso mais típico! Ela aparece com uma das vilãs das minisséries de tevê, suas qualidades de administradora e política quase são suprimidas em sua totalidade! As constatações do casal Woolger se referem às observações feitas por eles em suas pacientes de consultório. A definição de seis arquétipos básicos da psique me pareceu muito precisa e logo passei a utilizá-la nos meus próprios clientes. 
Com o tempo modelei um curso de oito encontros onde apresento as seis deusas com suas respectivas personalidades, sombra e a “chaga”, ou deficiência que deve ser elaborada dentro da personalidade de cada uma. Tomei o cuidado de ampliar os aspectos úteis e luminosos da deusa Hera, e de apresentar um guia para o desenvolvimento das qualidades arquetípicas das deusas que não aparecem no mapa da psique. Uma harmonia entre as seis forças arquetípicas é fundamental! A falta de um indica o não desenvolvimento de um aspecto da vida.
Apresento aqui um breve histórico das deusas, suas características principais e algumas de suas filhas e filhos amadurecidos:


Brigitte Bardot
Afrodite: Nascida do sêmen do pênis decepado de Cronos teve um casamento arranjado com Hefestos o deus ferreiro, mas teve muitos amantes, como o deus da guerra Ares e o jovem e belo Adônis. É a deusa que rege os romances tanto quanto a sexualidade humana, a sedução e coisas afins como moda, beleza, e o mundo das celebridades. Desde cedo se sente atraída pelos homens e eles por ela. De todas as deusas essa vem a ser a que tem mais dificuldade de integrar as outras qualidades em si, devido a isso envelhecer é particularmente complicado para ela. Sua chaga é a solidão.

Uma Afrodite que amadureceuBrigitte Bardot, quando a juventude e o status de sex symbol acabou ela incorporou a porção Ártemis de sua alma e se tornou uma defensora dos direitos dos animais. Entre os homens filhos dessa deusa, podemos destacar Giuliano Gemma, galã dos westerns italianos, quando se afastou do cinema se dedicou às artes plásticas e virou um consagrado escultor.

Simone de Beauvoir
Athena: nascida da cabeça do deus supremo Zeus, ela não teve infância, pois que foi concebida adulta. Era a deusa da civilização, das artes e das ciências. Seu culto marca o fim da fase agrícola da cultura grega. Essa deusa rege o mundo acadêmico e desde cedo possui afinidade com o mundo intelectual dos homens se sentindo pouco à vontade com as brincadeiras das meninas e com o papel tradicional das mulheres. Sua vivacidade intelectual a destaca logo cedo nos estudos, mas complica sua vida íntima. Athena era uma deusa virgem. Sua chaga é a ausência do seu corpo e dos seus instintos.

Uma Athena que amadureceuSimone de Beauvoir, intelectual existencialista francesa que foi uma das pioneiras do movimento feminista, autora do livro O Segundo Sexo. Teve um longo e polêmico relacionamento com o filósofo Sartre. O próprio Sartre também é um belo exemplo de homem filho de Athena, foi um aguerrido defensor dos direitos humanos, ficou conhecido por defender a obra do seu amigo e também escritor Jean Genet, que era um polêmico poeta e romancista homossexual assumido na França da década de 50.



Benazir Bhutto
Hera: esposa e irmã de Zeus dividiu com ele os domínios dos céus. Protegia o casamento, mas ficou mais conhecida por tramar e perseguir contra os filhos bastardos do seu marido. Diz a lenda que ela tinha sete templos por toda a Grécia, mas que Hércules, um dos filhos ilegítimos do seu marido, destruiu todos! A deusa Hera interior é uma administradora nata, possui muitas ideias e planos de vida. Seu mundo interior é tão rico que uma vida não basta para cumprir tudo o que ela ambiciona. E isso pode ser a fonte de suas frustrações, quando ela começa a apontar para o marido e ou os filhos para que concretizem aquilo que ela não pode. Sua chaga é justamente a vida não vivida.

Uma Hera que amadureceuBenazir Bhutto primeira mulher a ocupar o cargo de premiê do Paquistão, um país muçulmano de tradições fortemente machistas! Sofreu um golpe que a destituiu do governo e em 2007, quando tentava voltar ao país, foi assassinada num atentado assumido mais tarde pela Al-Qaeda! Gandhi, um típico filho de Hera, foi primeiro ministro da Índia e um líder pacificador que libertou seu país do domínio britânico sem pegar em armas, mas acabou assassinado por permitir a divisão do terrítório indiano com os muçulmanos, o que deu origem ao Paqusitão.


Zilda Arns
Deméter: deusa da agricultura e irmã de Zeus, possuía uma única filha sequestrada por Hades, deus do submundo, que se apaixonara por ela. Na luta pela posse da filha e com intervenção do deus Hermes, foi definido que a jovem Perséfone, a filha de Deméter, ficaria um quarto do ano com o marido, época em que sua mãe criava então o inverno. No verão estavam juntas e a primavera e o outono marcavam sua chegada e ou partida. A mulher Deméter é mãe em essência. Adora cuidar de tudo e de todos que pareçam pequenos ou frágeis. Não possui a ambição de suas outras três irmãs, gosta do ambiente doméstico e tudo o que se relaciona com ele. Coisas como a culinária, a decoração, artesanato a recreação infantil, etc. Sua chaga é justamente a maternidade perdida ou não vivida. Não lida bem com o esvaziamento do ninho quando os filhos saem de casa e frustra-se violentamente se não puder ser mãe.

Uma Deméter que amadureceuZilda Arns, pediatra e sanitarista dedicou sua vida a cuidar de crianças pobres e em precárias condições de vida e higiene. Desenvolveu uma metodologia própria de multiplicação de conhecimento entre as famílias carentes como uma forma de combater a multiplicação de doenças e a marginalidade entre as crianças. O médico norte amerciano Patch Adams é um bom exemplo de um filho de Deméter, sua filosofia de trabalho com a medicina inclui o amor e o riso e costuma dizer que o melhor método para curar os próprios problemas é dedicar-se a cuidar do próximo.



Dian Fossey
Ártemis: deusa das florestas e dos animais selvagens era filha de Zeus e Era. Pediu ao pai que nunca se casasse porque viu o sofrimento de sua mãe no parto do seu irmão Apolo, e seu pai concedeu-lhe esse pedido. As filhas de Ártemis, assim como sua mãe, gostam de ficar sozinhas com seus pensamentos, amam a vida ao ar livre, a natureza, os animais e a liberdade como um todo. Não teme o trabalho duro e uma vida de certa forma rude por assim dizer... Não se sentem bem localizadas na cidade e acham a vida urbana estressante. Esse deslocamento diante do mundo civilizado é justamente o que constitui a sua chaga... O não reconhecimento do seu papel no mundo!

Uma Ártemis que amadureceuDian Fossey, naturalista americana que dedicou a vida a estudar e observar a vida dos gorilas da montanha em Ruanda. Graças ao seu trabalho, pesquisa e denúncias à comunidade internacional é que foi possível saber como esses animais raros viviam e também sobre ameaça que sofriam por parte dos caçadores! Os mesmos caçadores que mataram Dian. Sua morte serviu, ironicamente, para a criação de leis de proteção aos gorilas. Jacques Cousteau, oceanógrafo francês que pesqusisou e defendeu a preservação da vida marinha e incitou os filhos a continuarem seu trabalho. É um outro belo exemplo masculino da deusa Ártemis interior.


Emma Kunz
Perséfone: filha de Deméter era uma koré, ou menina, quando foi levado ao submundo, mas ao retornar tornou-se a rainha das sombras, uma peça importante para a manutenção da vida. Ela incorpora o mistério da existência e do ciclo das estações. Uma intermediária entre mundo concreto dos vivos e o mundo espiritual dos mortos. Essa deusa encarna o arquétipo da bruxa, da vidente, cartomante, curandeira ou sensitiva que conhece os desígnios do tempo e do destino. É atraída pelo mistério, o simbolismo, a história e tudo o que leve ao entendimento da alma humana. Percebe tudo com muita profundidade, o que a faz sensível demais, ao ponto de entrar em conflito com o mundo terreno das impurezas e instintos básicos. O que pode levá-la a desvios escapistas. Sua chaga é justamente a alma infantil que não quer crescer nem perder contato com o mundo ideal de suas visões.

Uma Perséfone que amadureceuEmma Kunz, médium, curadora e artista plástica suíça, curou muitas pessoas com ervas e minérios apenas entrando em “contato” com a essência deles e das pessoas que a procuravam. Suas curas se tornaram quase lendárias e as pessoas tratadas nunca tiverem reincidência dos males que originalmente as havia levado até Emma. Hoje existe um instituto que leva o seu nome e que se localiza na casa em que viveu. Entre os filhos homens de Perséfone podemos destacar Chico Xavier, consagrado médium brasileiro reconhecido internacionalmente por suas psicografias que revelavam detalhes impressionantes da vida de pessoas falecidas que ele nunca conheceu! Dedicou sua vida a fazer a caridade aos menos favorecidos e levou conforto à milhares de famílias.

A Estrela - Arcano XVII


Título Esotérico – A Filha do Firmamento. Aquela que Habita Entre as Águas (A consciência que habita entre o divino e o mundano e que cresce quando há uma interação entre ambos).

Analogia Astrológica – Aquário (O 11º signo). O signo do espírito comunitário e da convivência fraterna entre os homens. Corresponde a saída da humanidade da visão egoísta e sectarista do “meu” para a consciência abrangente do “nosso”. É por excelência o signo da renovação e das ideias revolucionárias. Ama a liberdade e o novo e tudo o que se refere a regras, limitações e tradições convencionadas o aborrece!

Analogia Numerológica – O indivíduo consciente (1) mergulhando em si mesmo ou nos conhecimentos ocultos (7) descobre o bem de uma verdade maior (8). O 8 é o número da conquista do equilíbrio pessoal e das verdades transcendentes. Sua forma lembra a leminiscata, símbolo matemático do infinito. O conhecimento da verdade centra a consciência e confere poder e autoridade pessoal.

O Arcano – Uma mulher nua está numa paisagem que tanto pode ser a entrada da manhã quanto o fim do dia, onde as estrelas ainda aparecem no céu enquanto a luz solar irradia fracamente. A sua volta há oito estrelas, sete pequenas estrelas circundam uma maior e esta paira sobre sua cabeça. A mulher despeja misteriosamente um vaso na terra e outro na água, sua face é serena e parece totalmente atenta ao que faz. Ao fundo vemos duas árvores e numa delas, a que está à sua direita e à esquerda do espectador, há um pássaro (que parece um colibri) sobre suas folhagens.

Significado – A nudez é um antigo símbolo de entrega, despojamento e do reconhecimento e aceitação da verdade! Podemos imaginar que a presente donzela estava presa no alto da torre do arcano anterior que tem o mesmo nome, A Torre XVI. Agora, livre da limitação das paredes do seu claustro, ela contempla uma realidade maior e percebe que faz parte dela. Os vasos derramados sobre a água e a terra simultaneamente simbolizam a purificação e a renovação das emoções e do corpo físico depois desta libertação. As árvores são comumente representações da ligação entre o céu e a terra, ou entre Deus e os homens. Os pássaros são o símbolo da liberdade e da elevação. O colibri é um animal típico das Américas, e nas culturas indígenas ele é o símbolo da alma dos guerreiros que ascendem aos deuses após sua morte.  A contemplação das estrelas nos lembra da ligação misteriosa que o homem tem com o espaço e que suscita questões existenciais sobre sua origem e destino. Estar de joelhos sobre a terra, porém, nos remete a lembrança de que somos seres físicos e de que este mundo é nosso campo de desenvolvimento. Esse arcano revela muito mais do que uma conscientização da relação entre o macro e o microcosmo, mas uma interação entre esses dois mundos! Essa nudez em meio aos astros do sidéreo representa uma abertura ao porvir e à vida como um todo, de homens à animais e plantas, de seres terrestres à extraterrestres, e também a meditação como uma forma de experienciar o transcendente através da via interior. Compreendemos à partir deste arcano que somos todos um, e a fusão com esse “todo” é uma aspiração que faz parte de sua essência. O que só se realizará de fato no arcano XXI, O Mundo. Na Estrela é que atingimos a compreensão de que o que afeta o meu semelhante, animal ou humano e o mundo ao redor, logo me afetará também. Do mesmo modo torna-se aqui mais acessível a ideia de que há energias não físicas que podem afetar e até mesmo moldar o mundo material. A presença das sete estrelas é uma referência aos sete planetas da astrologia medieval e sua influência sobre os ciclos da vida humana. A estrela maior é a luz de uma nova percepção que traz esperança para o amanhã!

A Estrela no Osho Zen tarot.
Divinação – Paz, tranquilidade, luz, esperança, reflexões sobre o futuro individual ou das gerações vindouras. Convivência pacífica com uma comunidade. Encontrar grupos ou pessoa com quem se tenha afinação intelectual ou espiritual. Reunião entre pessoas, congressos, festas, shows, agremiações, associações, sindicatos, sociedades secretas, sociedades alternativas etc. Estar junto à natureza, campo ou praia. Interesse em ecologia, direitos humanos, direito dos animais, e também em astronomia, astrologia, radiestesia, ufologia e naturismo. A prática da meditação em todas as suas formas, para desnudar-se da mente e entrar no silêncio interior ampliando a própria consciência. Ritos junto à natureza. Wicca, xamanismo. Receptividade ampla às pessoas e tendências, o que por outro lado traduz-se em vulnerabilidade. É também a inocência, pureza, simplicidade, humildade, liberalismo, despojamento do ego! O ser comunitário que pensa no bem estar de todos ou num bem maior acessível ao coletivo. De modo geral os pontos energéticos do planeta e as sociedades alternativas que neles habitam são regidos por este arcano, de Findhorn (Escócia, UK) à Alto Paraíso (Goiás, Brasil), ou Sedona (Arizona, USA).

Personagem do Cinema – Jake Sully, interpretado por Sam Worthington, do filme Avatar de 2009. Ele é selecionado para substituir seu irmão gêmeo que faleceu no programa Avatar. É enviado para Pandora, uma lua de um planeta extraterrestre, onde vivem os Na’Vi, seres humanoides azulados de três metros de altura que vivem em perfeita harmonia com a natureza de Pandora. Os humanos chegam com intenções predatórias e belicosas que ameaçam a vida natural dos Na’Vi. Jake tem uma epifania com relação ao povo azulado e seu modo simples e respeitoso de conviver com a natureza. Isso se intensifica ao conhecer e se apaixonar Neytiri, interpretada por Zoë Saldaña, uma feroz guerreira Na’Vi, fato que o faz querer viver entre eles.

A Lua - Arcano XVIII


Título Esotérico – O Regente do Fluxo e do Refluxo. O Descendente dos Filhos do Poderoso (A influência cambiante das energias subjacentes à matéria e ao mundo psíquico).

Analogia Astrológica – Peixes (O 12º signo) – O signo do contato com o sagrado ou o aspecto misterioso da vida. Representa a dissolução dos apegos egoístas que impedem a alma de abrir sua percepção para as realidades espirituais superiores. A sensibilidade aos fluxos não materiais da existência. A manifestação do inconsciente, tanto sombria quanto luminosa.

Analogia Numerológica – O indivíduo (1) em busca da verdade (8), mergulha num oceano de possibilidades e de e múltiplas verdades que requerem minuciosa investigação (9). O 9 é o número da busca pela sabedoria invulgar e do conhecimento oculto, que é o segredo da vida que percorre tanto a via científica quanto espiritual.

Arcano – Duas bestas (lobos ou cães) uivam para a lua. A face da lua é feminina e apresenta-se perfilada dentro de um círculo azul de tom profundo. Raios de emanação energética saem da terra em direção ao astro, eles estão nas cores amarelo, azul e vermelho. Ao fundo duas torres aparecem. Elas são amarelas como toda a paisagem terrestre. Mais na frente um tanque azul, com águas que se mostram tranquilas, revela uma lagosta que está prestes a deixá-lo e se aventurar por entre um caminho estreito que passa pelos dois animais em primeiro plano.

Significado – Desde tempos imemoriais a Lua é o símbolo das coisas cambiantes e misteriosas, como o ciclo menstrual feminino e as marés. Sua mutabilidade aparente a fez ser associada ao mistério e as coisas ocultas e sem explicação evidente, e este é o significado da face perfilada, símbolo de uma realidade que não se mostra por inteiro. A magia e o uso de cerimônias inspiradas em seus ciclos são a base de muitos cultos antigos. Esse astro foi sempre tido como uma espécie de portal de comunicação entre o mundo físico e o não físico, dada a sua tendência a aparecer e desaparecer no céu. Sua influência sobre a Terra e seus habitantes é considerada fascinante e alvo de todo o tipo de investigação e superstição. Os raios de energia saindo da terra em direção a ela são os representantes desta influência encantadora que afeta o mundo intelectual (inspiração artística e imaginação) as gotas em amarelo, emocional (divagações, humores e romance) gotas em azul, e energético (momentos de alta ou de baixa na disposição física), as gotas de energia em vermelho.
As pessoas instáveis são comumente chamadas de lunáticas, ou aluadas. O plantio e a colheita dos povos antigos também eram associados à Lua, bem como a fertilidade humana. Muitas vezes chamada de a testemunha do tempo, a Lua é o arauto da memória. Os animais uivando logo abaixo são o símbolo dos instintos atávicos sendo despertados. No passado o uivo de lobos e cães causava medo, e medo é justamente um dos atributos deste arcano. Hoje se sabe que na maioria das vezes o uivo é usado para reunir a matilha, ou algum membro desgarrado. O que também cabe no simbolismo de A Lua. Este seria o chamamento de algum aspecto obscuro e desconhecido da psique, que por isso pode gerar temor, medo, angústia e muito desconforto. A lagosta, um crustáceo muito antigo no planeta, parece estar obedecendo a este chamado e vai emergir das águas, outro elemento profundamente ligado tanto a Lua quanto aos sentimentos humanos e à imaginação. As torres representam justamente as edificações construídas com o tempo, as crenças e os temores arraigados que constroem muito mais de nossa personalidade do que podemos supor ou admitir. Daí a importância do autoconhecimento!

A Lua no Osho Zen tarot.
Divinação – A manifestação do inconsciente, medo, fobia, angústia, incertezas, confusão emocional, mediunidade espontânea e um tanto fora de controle. Coisas que não foram bem resolvidas nesta ou em outras vidas. O Karma. Sentimentos e sensações obscuras que causam estranhamento ou desconforto. Traumas profundamente introjetados no subconsciente. Falta de perspectiva. Devaneios que causam ainda mais aflição. Fantasioso ou supersticioso, ou os dois! Magia de todo o tipo, e manifestações de psiquismo ou do sobrenatural. Pode representar também o vício em rituais e filosofias mágicas que não necessariamente levam à evolução da consciência. Aponta para questões de fertilidade e gravidez, mas sempre de modo enigmático ou problemático. Gravidez de risco, gestação ou parto difícil, ou desconhecimento do fato de se estar grávida. Dependendo da leitura pode também indicar problemas de fecundidade. Ligação kármica com os pais. Oscilação de humor. Positivamente ela é a inspiração, a imaginação criativa, mas muito amplificada e desfocada, o que dificulta a concretização. Sentimentos e sensibilidade profunda à interação com as pessoas e o meio ambiente. Em termos psicológicos é a “esponja” que absorve as emanações densas dos outros e os dejetos residuais das energias obscuras deixadas nos ambientes.

Personagem do Cinema – Grace, interpretada por Nicole Kidman no Filme Os Outros de 2001. A personagem é uma mulher que vive isolada na ilha de Jersey com seus dois filhos à espera do marido que foi lutar na 2ª Guerra Mundial, e que secretamente ela teme que não volte. Ela é uma mulher angustiada pelos cuidados constantes com os filhos que sofrem de uma doença rara que os impede de se expor à luz solar. Os educa de forma rígida, e a rotina da casa tem muitas normas a serem obedecidas. Coisas bizarras acontecem, ruídos pelos cômodos e estranhas manifestações físicas como cortinas que desaparecem e o piano que toca “sozinho”. Entre Grace e os filhos há um segredo obscuro que paira o tempo todo na história e que ela prefere ou ignorar, ou fingir que não ocorreu. Esse segredo guarda toda a essência assustadora da trama. O filme faz referência ao limbo, que seria o local onde ficam as almas entre o céu e o inferno.