quarta-feira, 5 de abril de 2023

O Tarot e a Abertura de Portais

Já faz algum tempo que estudiosos de muitas áreas do conhecimento vem comprovando as capacidades divinatórias, terapêuticas e espirituais do tarot, de fato o tarot é o maior legado da Antiguidade para a cultura e a espiritualidade do homem moderno.

As imagens dos arcanos servem como portais que abrem aos olhos do leitor um panorama particular sobre a psique e a personalidade de quem consulta, essas imagens, no entanto, também funcionam como um portal entre os mundos, onde unimos nosso consciente ao nosso inconsciente e às forças da natureza na busca de uma saída, um caminho para a resolução de um tema em nossas vidas. A abertura dos portais através do tarot requer um alinhamento da personalidade ao centro divino, ou centro de poder como preferem alguns. Isso pode ser obtido com práticas meditativas preliminares, antes de colocar-se dentro de uma mandala feita com os 22 arcanos maiores, dispostos no sentido horário. Quanto mais eficiente o centramento através da meditação, mais eficaz torna-se o encontro com o portal. Nesse momento o indivíduo deve ter bem claro na mente a questão que ele busca ou que situação ele pretende resolver. Muitas vezes uma abertura de portais é solicitada às vésperas de um ano novo, ou quando há mudança de casa ou emprego. Às vezes também o caminho que surge não agrada a quem consulta, pois ocorre de o indivíduo não se sentir preparado para que as coisas transcorram do modo como surgem na mandala, nesse caso o círculo deve ser desfeito no sentido anti-horário e o baralho guardado na ordem numérica, pois "a porta está fechada".

Os Círculos Mágicos têm sido usados desde
sempre na Magia, tanto para proteger quanto
para evocar forças elementares e espirituais.

Quando, porém, o portal é aceito, então ele é a saída; e a partir daquele momento as forças solicitadas começam a atuar a fim de que se realize o que foi requerido e o consulente deve estar realmente comprometido a ficar aberto ao que virá e a acatar as orientações previamente colocadas pelos arquétipos. O que se segue é maravilhoso, a mais pura magia pessoal, trata se de um fenômeno intimo que utilizou-se da força da mandala, conhecida entre os ocultistas como círculo de poder, que reuniu as 22 imagens mais poderosas do inconsciente com a magia dos quatro elementos, fogo, terra, ar e água para apontar uma direção que nasceu de dentro para fora, criando um imã que atrai de fora para dentro o que foi requerido.

Como isso acontece? Tudo o que somos e vivemos está escrito em nós mesmos, quando realizamos uma consulta ao tarot com enfoque divinatório, somos nós quem mostramos ao tarólogo quem somos e como estamos, ele apenas traduz e nos fala, quando perguntamos, somos nós quem dá as respostas, respostas estas que não conseguimos acessar por vias normais ou que simplesmente não conseguimos aceitar, mais uma vez o tarólogo é apenas um porta-voz. Ao abrirmos a mandala para abrir a porta entre os mundos, mais uma vez somos nós quem encontramos o caminho e a nossa vontade, aliada aos arcanos e reis dos elementos é que o trará até nós.

A vivência mágica com o tarot tem essa e inúmeras possibilidades profundamente gratificantes e puras que, no entanto, devem ser encaradas com seriedade. É aconselhado o trabalho junto com um tarólogo que conheça a técnica, pois o símbolo sempre permite subjetividades que, pelo envolvimento, o consulente não consegue ver.

Publicado no Jornal Em Aquarius, Porto Alegre, Dezembro de 2000.