quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Uma Carta de Mensagem...

A Rainha de espadas,
do Visconti-Sforza tarot.
Arauto da lucidez tanto quanto 
da moralidade em
todos os tempos.

Normalmente eu termino minhas leituras com uma carta de mensagem final, como um ponto final naquele trecho da história íntima de quem veio buscar os arcanos, e uma síntese de tudo o que o tarot quis transmitir sobre aquele momento e suas vivências. Faço isso desde sempre, acho um fechamento interessante para as minhas leituras. Pois bem, esta semana atendi uma cliente de muitos anos que está vivendo um intenso relacionamento com um homem comprometido. Já no final da consulta ela conta que ele está cada vez mais direcionado para a relação dos dois, e o tarot confirma isso, e a tal ponto que, segundo ela, quando se encontram ele “sai do ar”. As filhas ficam procurando por ele via whatsapp querendo saber onde ele está que some por tardes inteiras quando eles estão juntos... Ele e a esposa possuem uma relação de quartos e vidas separadas há anos, dentro de um casamento agonizante. Quando ela pediu uma mensagem final para encerrar a consulta saiu a Rainha de espadas, que no Tarot Zen tem o nome de “Moralidade”. Quando falamos em moral temos muitas conotações negativas, e de fato toda moral, seja ela conservadora ou liberal, é opressiva! Antes a moral priorizava as instituições familiares, por isso certos grupos de pessoas eram rechaçadas como amorais. Se uma pessoa questionasse a importância da castidade antes do casamento era taxada de imoral imediatamente, mesmo que fosse apenas um questionamento. Hoje a nova moral liberal prioriza o respeito ao indivíduo, e se alguém questionar se não há exageros ou vitimismo na defesa de certas causas essa pessoa também é chamada de imoral dentro de novos termos como racista, machista, homofóbico, xenófobo, etc... E assim por diante. Então a moral tem esse paradoxo, ela é necessária tanto quanto possui tendências claramente fascistas, pois que não aceita questionamentos. Mas são justo os questionamentos que trabalham para que a moral se torne cada vez mais justa, equilibrada. Na Rainha de espadas eu sugiro trocar o termo “moralidade” por respeito. Pois bem, essa Rainha é a água que evapora sob os ventos frios de um deserto gelado, um simbolismo que sugere um olhar para além das neblinas das nossas emoções. Ela veio para alertar que era importante ela resgatar uma atitude mais respeitosa dele para com as pessoas que ele ama. Esse homem é pré-diabético, hipertenso e some com ela em plena pandemia deixando as filhas angustiadas para saber onde ele está... Há respeito nisso? Ela pode dizer com toda a certeza de que ele não fará isso com ela um dia? A mim pareceu que a Rainha de espadas veio justamente para que ela estabelecesse com ele as bases do tipo de relacionamento que quer para si mesma. Ou seja, um olhar mais racional sobre sua própria emocionalidade. Eu senti também que ele não se dá em conta do egoísmo da sua felicidade, mas transmiti que era importantíssimo ela não deixar isso passar em branco, pois ficaria difícil cobrar isso depois...


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