As conexões psíquicas variam conforme cada vivência ou conforme os instrumentos que a estimulam... |
Monica Sjöö (1938/2005) foi uma artista plástica, pagã e feminista sueca muito influente nos anos 60 e 70, que se dedicou nos estudos ocultos à pesquisa do tarot e dos estados alterados de consciência, em todos os níveis. Em seu livro Tarot – Uma História Crítica, Cynthia Giles cita uma interessante teoria de Sjöö: Segundo ela as leituras de tarot proporcionam leves estados alterados de consciência devido à interação dos seus símbolos arquetípicos com a psique, tanto do intérprete dos arcanos quanto do consulente. Segundo diz duas pessoas ao se reunirem para uma sessão de leitura têm suas vidas como duas linhas paralelas colocadas frente a frente, assim que a interação com os arcanos se inicia estas duas linhas são interceptadas por uma terceira linha vertical que as cruza, criando uma simbiose momentânea que durará o tempo da sessão de leitura. Isso explicaria, por exemplo, porque tarólogos com percepções diferentes do simbolismo dos arcanos podem fazer leituras bem pontuais para uma mesma pessoa. Como quando aquele que vê a carta de A Morte como uma ação transformadora, quanto o outro que a vê como uma crise de saúde física ou psicológica podem ler para uma mesma pessoa em momentos diferentes, com esse arcano aparecendo na leitura nas duas vezes, e ainda assim as interpretações serem precisas! Naquele momento a psique do leitor e do consulente estão unidas e, pela sincronicidade, as cartas a serem dispostas na mesa se arranjarão antecipadamente para que expressem o exato conjunto de vivências de quem se consulta, dentro da perspectiva de quem as está lendo, ou interpretando se preferirem...
Leituras de tarot, um momento de esclarecimento interior através do acesso à fonte do Grande Inconsciente Coletivo. |
E isso pode acontecer com qualquer outro sistema oracular, embora as teorias de Sjöö tenham sido dirigidas especificamente à prática do tarot. Algumas pessoas mais sensíveis relatam, desde sempre, que sentem “certas coisas” quando vão ler as cartas. Alguns falam num certo torpor. Outros de uma leve vertigem, e há ainda os que sintam um leve peso nos olhos... Ainda mais se for a primeira vez em que fazem esse tipo de consultoria. Eu mesmo senti isso muitas vezes durante minhas primeiras incursões no mundo da cartomancia, tanto quando ia ler as cartas do baralho Lenormand com minha querida tia Lourdes, como quando eu mesmo estava abrindo as cartas de um baralho de tarot nas minhas primeiras aventuras na tarologia. Quando comentei isso para minha tia ela disse: “Ah, é o teu canal que está abrindo!”. Confesso que nunca mais tive essas sensações com tanta intensidade, mas recentemente quando fui consultar o Maha Lilah pela primeira vez, veio de novo aquele leve torpor sonolento. Essa teoria de Sjöö faz um sentido absoluto para mim. Desde que consultei cartas pela primeira vez fiquei intrigado com quando minha tia lançava as cartas e aparecia A Cruz do Lenormand, ela falava em vitória certa e confiança. Mais tarde conheci outra excelente leitora do Lenormand, uma senhora chamada Julieta para quem A Cruz representava muita luta antes de uma vitória real... As duas eram precisas em suas avaliações intuitivas sobre meu momento de vida, bem como em seus prognósticos, mas aquilo me intrigava.
A Cruz, a 36ª carta do baralho Lenormand. |
Com o tempo passei a creditar tudo à atuação da sincronicidade e da força dos arquétipos, mas parecia que faltava algo ali no meio. Essa teoria de “linhas de consciência”, nome que eu mesmo inventei, pareceu se encaixar com perfeição para explicar esse movimento mágico que ocorre quando buscamos pessoas diferentes ao longo da nossa jornada por esclarecimento interior. Saliento aqui, mais uma vez, o que já disse algumas vezes: não aconselho ninguém a ficar pulando de um a outro leitor de oráculo, seja ele qual for! Claro que isso pode acontecer ao longo da nossa vida, mas me refiro àquelas pessoas que compulsivamente experimentam muitos leitores, ainda mais quando ficam insatisfeitas com as respostas. As informações podem ser as mesmas, mas as orientações podem divergir causando imensa confusão e angústia numa mente que, com certeza, já deverá estar atribulada!
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