Perguntaram-me sobre cartas oraculares, como as inúmeras versões do Oráculo da Deusa, de Gaia, de Maria Madalena, Cartas Angélicas, do Caminho Sagrado, etc... É tudo uma questão de afinidade, com certeza, mas eu não gosto. E explico: muitos dos grandes sistemas oraculares não foram criados com a intenção de serem Oráculos!
O Tarot e o I Ching são dois belos exemplos! O primeiro foi um jogo da nobreza medieval europeia que pretendia retratar o mundo daquele tempo, e acabou virando um painel projetivo do inconsciente de toda a humanidade, e em todos os tempos. O segundo um conjunto de reflexões sobre os desenhos no casco de uma tartaruga que inspiraram versos e novas reflexões de quatro grandes sábios chineses em diferentes épocas que, de novo, projetaram símbolos arquetípicos... Ou seja, são símbolos transpessoais que se conectam direta e profundamente com o inconsciente pessoal, criando uma poderosa ponte entre o universal e o particular (inconsciente coletivo/inconsciente individual).
Já as cartas criadas por um único indivíduo, por mais inspirado e concentrado que ele(a) esteja, e por melhores que sejam suas intenções, passam por todos os seus preceitos e preconceitos, tendencionismos e crenças, mesmo quando falam de deidades ou divindades arquetípicas como anjos, fadas, unicórnios, dragões, ou deuses ancestrais. Seu simbolismo é indutivo e pessoal, e não há como ser diferente disso. Eu sempre tenho a impressão de a gente tem de fazer uma conta de chegar para que suas respostas se encaixem, não me parece fluído... Mas, enfim, é só minha opinião. Já usei dessas Cartas nas sessões de Terapia com meus clientes de Reiki e Florais e não me inspiram, ponto.
O Tarot, por mais lúdica que sejam suas versões, como Tarot dos gatos, fadas, vampiros, etc, a matriz arquetípica transpessoal prevalece. O que o torna sempre eficiente e impactante.
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