segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Roda da Fortuna - Arcano X

Título Esotérico – O Senhor das Forças da Vida (O eterno ciclo de nascer, viver, morrer, que rege todas as coisas existentes).

Analogia Astrológica – Júpiter (Regente de Sagitário e co-regente de Peixes), senhor das forças expansivas da vida. Esse planeta emite uma quantidade de energia muito maior do que a que recebe do sol! Por isso está associado à generosidade, exuberância e boa sorte. Júpiter é o arauto das mudanças súbitas e da virada de sorte. Era o representante de reis e soberanos na antiguidade, sendo por isso associado à evolução e elevação em todos os sentidos.

Analogia Numerológica – O indivíduo (1) que se encontra com o absoluto (0) dando um novo sentido e direção à própria existência (1)! Pode-se entender aqui o absoluto como a vida, o destino, ou Deus imanente presente em todas as coisas, inclusive dentro da psique, e que ao ser contatado permite-nos alterar os rumos da própria existência. Caso contrário o indivíduo apenas sofre com os acontecimentos da vida chamando-os de destino ou fatalidade!

O Arcano – No aro de uma roda com seis raios três estranhas figuras se sustentam. A roda está suspensa por dois suportes de madeira que fazem parte de um apetrecho apoiado sobre o chão. No centro da roda encontra-se um eixo com uma manivela. As três figuras são uma lebre que está subindo na roda, uma esfinge coroada que se encontra no topo e um animal com cabeça humana. A esfinge é azul e tem três de suas quatro patas em contato com a roda. A sua quarta pata, a esquerda, segura uma espada.

Significado – A roda é símbolo do movimento e das mudanças. Consta que juntamente com a descoberta do fogo foi um dos mais importantes marcos para a evolução da espécie humana na criação de sua civilização, permitindo a movimentação de comunidades inteiras e a comunicação e o comércio com outros povos distantes. A lebre é um antigo símbolo pagão da deusa Eostre, também chamada de Ostara, deusa da primavera e do renascimento da vida. A lebre era o primeiro animal a sair da toca indicando que o fim do inverno chegara e que os domínios da deusa haviam, mais uma vez, se estendido sobre a Terra. Daí a Páscoa, que é comemorada na primavera no hemisfério norte, ser chamada de Easter, em inglês e Ostern, em alemão. A lebre é, portanto, o símbolo das forças da luz em ascensão e dos novos começos. O homem com um rabo que está caindo representa a estupidez humana que tenta controlar o fluxo da vida. A ilusão do controle e da permanência. Antigos baralhos medievais mostravam um homem com orelhas de burro caindo da roda. A esfinge é o símbolo do mistério da vida. No mito de Édipo ela aparece como um ser que propõe uma charada que se não é desvendada resulta na morte do inquirido. Aqui ela lembra que a vida tem um aspecto misterioso e insondável, que faz com que uma pessoa nasça com muitas vantagens e benesses, enquanto outras padecem na carência de quase tudo! Suas três patas que tocam a roda lembram o movimento trifásico que rege a vida, começo, meio e fim. A pata com a espada indica que é ela quem regula o giro da roda. Detém o poder sobre o movimento.
Mudança é algo natural, intrínseco à natureza e ao homem, embora nem sempre bem vinda. O que lembra a lei da impermanência do budismo tibetano “só o que não muda é a mudança!”. Por fim o próprio nome Fortuna faz menção à deusa romana da sorte, boa ou má. Ela era representada por uma cornucópia e um timão, que é uma roda, que simbolizavam tanto a distribuição de bens como a coordenação da vida humana. Daí a roda ser sempre referida como o símbolo máximo do destino. Hoje há resquícios dessa referência nas roletas de cassinos ou no sinistro jogo da roleta russa. Algumas vezes essa deusa era representada cega, pois que distribuía suas bênçãos de modo aleatório.
Os seis aros da roda dizem que esse movimento é perfeito, pois este número expressa essa qualidade. Tudo vem e vai na hora exata! No entanto a manivela no seu centro indica que podemos intervir na nossa sorte, desde que não queiramos parar seu movimento. O livre arbítrio está para o destino como o surfista está para a onda gigantesca na qual ele desliza.

A Roda da Fortuna no Osho Zen Tarot.
Divinação – Mudanças de todo o tipo, virada de 180º nos acontecimentos. Movimento. Capacidade de agarrar oportunidades. Êxito casual como em jogos de loteria. Golpe favorável de sorte. Adaptação, flexibilidade diante do imprevisto. Disposição inventiva diante de mudanças e até mesmo de crises. Busca por evolução, crescimento. Avanço significativo num aspecto da vida. Ou quando as coisas mudam de direção inesperadamente e os novos eventos são felizes. Como um caso que conheci, em que uma estudante de economia foi para Paris para estudar numa bolsa desta disciplina e lá conheceu a radiestesia. Apaixona-se pelo novo conhecimento e mais tarde torna-se uma respeitada radiestesista em sua cidade natal! Desejo por mudança, seja física ou pessoal. O surgimento de recursos alternativos que podem representar uma saída ou solução para um dilema. Negativamente é a inconstância, instabilidade. O medo, às vezes fóbico, das mudanças. Humor instável, por vezes até de modo patológico como o que ocorre na bipolaridade. Pode também representar uma repetição cíclica de um evento sem nunca aprender com ele, ou seja, não evolui daquela experiência. Como pessoas que sofrem sempre o mesmo tipo de desapontamento amoroso, ou que entram em crises financeiras sempre pelos mesmos motivos.


Personagem do Cinema – Os três personagens, Klaus (interpretado por Liam Aiken), Violet (interpretada Emily Browning) e Sunny Baudelaire (interpretada pelas Gêmeas Kara e Shelby Hoffman) do filme Desventuras em Série, de 2004. Eles são três órfãos que perdem os pais subitamente e herdam sua fortuna. As crianças, porém, só terão direito a ela depois que a filha mais velha Violet completar dezoito anos. Até lá eles têm de ficar sob a guarda de um parente distante, o Conde Olaf (Jim Carrey), que deseja roubar o patrimônio delas, não medindo consequências para isso! Os três irmãos passam a fugir do seu malfeitor e a contatar com outros parentes com quem possam ficar, descortinando assim uma miríade de tipos estranhos. Entre eles o tio Montgomery que cria serpentes, animais que trocam de pele sazonalmente. Ou a tia Josephine que após perder o bem amado companheiro Belo, desenvolveu uma série de fobias irracionais, como medo de corretores de imóveis ou o medo de maçanetas. Ela nunca as tocava para que não se partissem e seus estilhaços furassem seus olhos!... Ou seja, todos os personagens têm alguma relação com símbolos ou situações de mudança, inconstância ou fatalismos de algum tipo!

2 comentários:

  1. "O livre arbítrio está para o destino como o surfista está para a onda gigantesca na qual ele desliza."
    Quem decide encarar a onda sou eu e somente eu !
    Incrível seu texto e inspirador como sempre..

    Abraços

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    1. Exato meu querido! O certo é que todos caímos quando a onda baixar, o que muda é o modo como o fazemos! Um grande abraço!

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