Há algum tempo publiquei um texto
onde falo dos equívocos criados ao se confundir a obra de Aleister Crowley, e
mais especificamente o seu Thoth tarot, com a sua própria vida e personalidade.
Há quem diga que o seu baralho é uma obra do “mal” porque o próprio Crowley era
uma figura obcecada pelo poder, e o lado escuro, por assim dizer da magia. Esse
tipo de engano é muito comum mesmo no meio dos estudiosos e pesquisadores de
temas ocultos ou de ordem espiritual. O ego entra nesse embate muitas vezes
fazendo que os buscadores se esqueçam de que o caminho evolutivo é de
integração e não de divisão. Toda vez que definimos que “isso é bom e isto é
mau” criamos exclusão, e afastamos de nós mesmos a possibilidade de aprender e
crescer com aquilo que chamamos de sombrio, ou derivado do mal. A velha fórmula
Luz x Sombra, ou Bem x Mal, gerou todo o conflito imaginável sobre a Terra! Ou
seja, não serviu pra nada!
Eis que agora me deparo com uma
declaração de uma amiga que ouviu de uma praticante de outra técnica
terapêutica que está em moda atualmente (não vou citar o nome porque acho que não
é o caso) de que esta técnica é “mais eficiente” de que o Reiki. Pois bem, não
vou entrar aqui no mérito de que se a referida terapeuta está certa ou errada! Parece-me
que esta pessoa, entretanto, ignora seriamente do que se trata o trabalho com a
energia! Não é a técnica em si que detém o poder de abrir as portas da
percepção e da conexão interior com fontes maiores de consciência, e mesmo de
energia. Essa possibilidade mora dentro de cada pessoa, e depende
exclusivamente de alguns fatores intransferíveis, como o grau evolutivo
interior de cada um, e o comprometimento kármico com a questão que gera o
desequilíbrio. Nenhum terapeuta ou terapia pode medir ou contornar isso. Sendo
assim, uma pessoa que esteja pronta para se libertar de um processo kármico em
sua vida, e que tenha evoluído suficientemente nesta, ou desde muitas outras
vidas, poderá atingir os insights necessários para que sua compreensão liberte
sua realidade, e que todas as energias e crenças limitantes se dissolvam. E
isso pode se dar até a partir de uma técnica de incursão mais física num
primeiro momento, e menos energética como a massagem ayurveda, por exemplo! Ao
passo que outra pessoa que não esteja no mesmo ciclo evolutivo poderá contatar
com uma das modernas terapias de dissolução de memórias e programações
destrutivas ou densas, ou de acesso aos registros akáshicos, e tudo o que poderá
obter é um alívio nos sintomas ou sofrimento. Isso ocorre porque NADA substitui
o trabalho interno de desenvolvimento. A própria palavra “desenvolver” já diz,
deixar de envolver-se com, assim sendo depende de uma atuação consciente e amadurecida.
E esse é um caminho que ninguém pode percorrer por cada um de nós, não importa
a eficiência da técnica ou a tarimba do terapeuta envolvido.
Acredito que considerar
esses fatores é fundamental para se levar adiante um trabalho holístico de terapia
energética ou vibracional da Nova Era. Como também é fundamental que se entenda
que cada terapia atua em diferentes faixas de frequência vibracional, assim
como as pessoas segundo os já citados graus de evolução espiritual individual e
envolvimento kármico com a situação geradora do desequilíbrio. Obtêm-se mais
resultado quando se escolhe uma técnica terapêutica que atue na mesma faixa
frequencial em que se está! E o único modo possível de se descobrir isso é
testando e observando a si mesmo durante o processo. Por esse motivo considero
mais saudável o caminho da experiência pessoal do que a pesquisa pela opinião
alheia, que como vimos não raramente é saturada de desinformação ou
preconceito!
Sobre o Reiki o que posso dizer é
que se trata do reabastecimento do corpo físico e dos corpos sutis da energia
“Ki” Universal, processo a partir do qual muitas curas ou reequilíbrios físicos
e sutis podem ocorrer, mas nunca de modo programável ou previsível e é
justamente isso que me encanta na prática Reiki nesses quase 20 anos de
trabalho. O que não me faz desacreditar ou minimizar, de modo algum, a
necessidade e a eficiência de quaisquer outras práticas energéticas e
integrativas de consciência e cura.
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