A lição do Eremita...
Há inúmeras similaridades entre a vida e a obra do filósofo grego Diógenes de Sínope e este nono arcano do tarot, em sua busca pela verdade e o saber com o exercício constante da humildade e da simplicidade. Sem a ânsia por estimulações excessivas aos instintos. Assim como o filósofo Diógenes o arcano de O Eremita nos fala da busca introspectiva pela verdade. Uma busca que não procura julgar o outro, mas viver o que se prega e assim, talvez, inspirar com o exemplo da própria busca. Não se trata de uma crítica aos movimentos exteriores, mas uma observação feita com o próprio estilo de vida... Uma lenda conta que certa noite, voltando para o barril onde vivia, Diógenes com sua lanterna avista ao longe o vulto de um homem que lhe parece, ainda assim, o de um homem digno. Um homem com o porte firme dos que estão em sintonia com sua essência... Ao se aproximar o que ele vê é seu próprio reflexo num espelho deixado na rua... Milhares de anos depois Mahatma Gandhi diria: "Temos de nos tornar a mudança que queremos ver.", então, por esta perspectiva mais profunda e espiritual, O Eremita não é somente alguém que se isola do mundo exterior e seus apelos, mas sim também uma pessoa que tem os olhos voltados para si mesmo antes de tecer qualquer julgamento sobre os outros, e que procura sinceramente viver conforme suas convicções e verdade sem cristalizar certezas, pois que está sempre disposto a adquirir mais sabedoria, e isso só é possível a uma mente flexível e aberta...
- Sobre Diógenes de Sínope (413 - 323 a.C.)
"Diógenes foi aluno de Antístenes, fundador da escola cínica. Em sua época Diógenes foi destaque e símbolo do cinismo pois tornou sua filosofia uma forma de viver radical. Diógenes expressava seu pensamento através da frase "procuro um homem". Conforme relatos históricos ele andava durante o dia em meio às pessoas com uma lanterna acessa pronunciando ironicamente a frase. Buscava um homem que vivesse segundo a sua essência. Procurava um homem que vivesse sua vida superando as exterioridades exigidas pelas convenções sociais como comportamento, dinheiro, luxo ou conforto. Ele buscava um homem que tivesse encontrado a sua verdadeira natureza, que vivesse conforme ela e que fosse feliz."(...)
"Diógenes pôs em pratica seus pensamentos e passou a viver perambulando pelas ruas na mais completa miséria tomando por moradia um barril o que se tornou um ícone do quão pouco os homens precisam para viver. Alimentava-se do que conseguia recolher em sua cuia. Tinha por proteção um manto que usava para dormir e usava os espaços públicos para fazer tudo mais que precisava. Segundo ele esse modo de viver o deixava livre para ser ele mesmo, pois eliminava a necessidade de coisas supérfluas. Ele acreditava atingir essa liberdade cansando o corpo para se habituar a dominar os prazeres até desprezá-los por completo, pois para os cínicos os prazeres enfraquecem o corpo e a alma, pondo em perigo a liberdade do homem, pois o torna escravo dos mesmos." (...)
Fonte: filosofia.com.br
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