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A dançarina cósmica de O Mundo, arcano XXI, no Motherpeace tarot. |
O Tarot como Uma Dinâmica de Grupo
Os movimentos que criam uma reunião de pessoas com o objetivo de crescimento coletivo tem sua origem nos costumes tribais da ancestralidade humana e surgem como uma resposta ao crescente domínio das máquinas e das relações virtuais. Os contatos on-line estão sendo questionados em detrimento dos contatos reais. Coisa semelhante está ocorrendo na tarologia onde as leituras individuais estão sendo vistas não mais como o único modo de aplicação das cartas! Surgem as leituras coletivas com o intento de compartilhar informações, rever projeções inconscientes que passamos ao mundo e desenvolver a percepção intuitiva, além do sentimento de grupo, e da aceitação de si mesmo e do outro.
Ao contrário de uma leitura individual, onde as informações são dadas de modo específico e muito particular pelo leitor para aquele que se consulta, a leitura coletiva procura trabalhar o modo como interagimos em níveis mais profundos uns com os outros. Autores de tarots como Vicki Noble e James Wanless têm estimulado este tipo de vivência como uma forma de crescimento grupal, troca de experiências, e uma forma lúdica e meditativa, ao mesmo tempo, de crescimento interior. Inspirado por esses autores criei um conjunto de vivências que denominei inicialmente de Tarot Circular, e mais recentemente de Roda de Tarot, que resgata o círculo como um símbolo de interação e livre fluxo de energia entre pessoas. No último dia 19/05/2012 promovi com alguns alunos e clientes mais um desses encontros e foi mais uma vez uma experiência maravilhosa para todos nós! É fabuloso testemunhar o que pessoas com pouco ou nenhum conhecimento das cartas conseguem absorver delas de modo totalmente inconsciente e extrair disso informações não só relevantes para seu próprio crescimento quanto para o crescimento do próximo.

O tarot que uso para tais vivências é o Motherpeace (Mãe Paz) de Vicki Noble e Karen Vogel (ver fotos abaixo à esq.). Este baralho teve como inspiração os ritos pagãos das culturas pré-cristãs focados no feminino sagrado e na vida em comunidade como fonte de crescimento e desenvolvimento. Suas cartas são redondas, evocando mais uma vez o círculo como um símbolo de inclusão e acolhimento, uma forma que, segundo as autoras, é a marca da grande deusa-mãe do passado! Suas imagens não possuem um grande acabamento artístico e por isso mesmo lembram ora desenhos infantis, ora pinturas rupestres. São espontâneas e despretensiosas.
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Vicki Noble |
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Karen Vogel |